Segundo o Jornal de Notícias “o secretário de Estado do Orçamento, Emanuel dos Santos, alertou hoje (18/05/06) em Coimbra para a possibilidade de os pensionistas deixarem de receber o subsídio de férias (14º mês), para equilibrar o Orçamento de Estado.
O governante reconheceu que ‘não será fácil’ retirar direitos adquiridos, mas adiantou que a decisão poderá ser inevitável para equilibrar ‘o sistema de Segurança Social e corrigir algumas políticas do passado’. Emanuel Santos lembrou que o subsídio de férias para os pensionistas foi atribuído em 1990, num período de expansão económica, mas que não foi acautelada a sustentabilidade deste pagamento no futuro. ‘Como é que podemos aguentar assim o sistema?’, questionou o secretário de Estado do Orçamento, que falava na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra”.
O PS não deixa de nos surpreender. Agora pretende retirar o subsídio de férias aos reformados. A seguir deverá ser a todos os trabalhadores. Todos sabem que a esmagadora maioria dos reformados recebe reformas baixíssimas e que o subsídio é aquela pequena ajuda que chega para suprir algumas dificuldades não resolvidas entretanto.
Na minha profissão de funcionário da EDP encontrei muitas vezes, quando ia a casa dos consumidores, idosos que se embrulhavam em cobertores para evitar gastar energia. Em muitos verifiquei como o menor consumo de energia era um peso maior nos seus magríssimos orçamentos.
O que o governante propõe é de uma grande violência social. Dois dias depois de rejeitar a proposta do Bloco de Esquerda de limitar as vantagens fiscais das empresas com as mais-valias obtidas nas OPA, o PS desanca sobre os mais pobres aquilo que se recusou ir buscar aos mais ricos.
Bárbaros é o nome mais simpático que se lhes pode chamar.
Mais uma vez, retirar direitos para diminuir a despesa. Mais uma vez, recusa de ir buscar receitas aos que cada vez mais têm. À nossa custa.
Ontem li na imprensa que uma pessoa vai ser julgada, por pressão dos juízes desembargadores da Relação do Porto, por ter roubado 4 queijos para matar a fome – apesar do supermercado lhe ter perdoado. A injustiça preside na vida, na lei e no poder. Mas a injustiça alimenta uma espécie de “pilhas duracel”, uma revolta e uma vontade de lutar.
Victor Franco
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