quarta-feira, maio 10

Estou sem tempo

Eu gosto do tempo
E ter tempo.
Tempo para dispor dele
E fazer ou não fazer...
Tempo.

Tempo para deixar para amanhã
E para o último segundo...
Dentro do tempo.

Eu gosto do tempo
E ter tempo
Para ver que tenho tempo.

Eu acordo mais cedo
Para ter tempo!
Mais tempo
Para fazer
Ou não fazer...
Dentro do tempo.

Há tempo suficiente para tudo
Desde que tenha tempo.

E há tempo...

E tanto para fazer...

E não sei o que hei-de fazer

Ao tempo

Que tenho para fazer.

Eu preciso do tempo!

O tempo está a andar depressa demais
O tempo não pára.
O tempo está quotidianamente
Superficial
Monótono.

Onde está o tempo?
Para onde foi o tempo?
Porque foge o tempo?

Que dia é hoje?

Tanto para fazer e eu com tempo
Sem saber o que hei-de fazer
Ao tempo.
Que fazer...
A tempo!

Fernando Marques

Agora ando a tratar do físico, da alma e da mente. Tenho pouco tempo, portanto. O meu tempo vai ser usado aqui com economia de tempo. Com zeloso tempo. E vou dedicar o que sobra do tempo, a um novo tempo, para voltar com tempo. Espero que a tempo. Concedam-me esse tempo. Com menos tempo, por um tempo, mas vou andando por aqui. Peço-vos esse tempo, para mim.
Uma pequena nota: Este poema, (será que posso chamar-lhe assim?) já tinha sido publicado no À esquerda. Decidi recuperá-lo para o colocar aqui.


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