A Portugal Telecom anunciou ontem, o aumento da velocidade do acesso à Internet em banda larga, de dois para quatro mega bits por segundo. Há poucos anos, a velocidade oferecida, era de 512 Kbits. Estamos perante, um aumento de velocidade quatro vezes superior à primeira oferta. Esta alteração da velocidade e também algumas mexidas nos limites de tráfego são positivas, sem dúvida, tendo, em conta, especialmente, que os preços se mantiveram inalterados.
Na verdade, não passa um dia, em que não ouçamos, principalmente, pela Clix, de Belmiro de Azevedo, anunciar velocidades e preços espantosos e depois, ou a oferta não está disponível, (são conhecidos casos de inscrições à largos meses) e nos poucos sítios onde o serviço existe, é uma logro.
Apesar de positiva esta medida da PT, também não deixa de constituir uma manobra de propaganda e em alguns casos de uma falácia. Esta oferta da PT é para os clientes residenciais com ligações, através do Sapo ADSL e Netcabo, segundo a notícia do DN de hoje.
Um estudo da Anacom, em Janeiro deste ano, concluiu que as medidas da velocidade do tráfego efectuadas, não atingem as velocidades máximas anunciadas e prometidas.
No ADSL, isto acontece porque a transmissão se faz através de um suporte fixo, a linha telefónica, e esta não consegue assegurar um comportamento linear devidas às condições técnicas da linha telefónica que não sendo impeditivas para o uso da telefone são fatais para a Internet.
Outros aspectos a ter em conta são:
1) a distância entre, onde está instalado o ADSL, até ao ponto de acesso de todos as ligações (as instalações da PT). Quanto maior for essa distância pior velocidade se consegue obter;
2) a largura de banda disponível, entre pontos de acesso diferentes, por exemplo entre Viana e Braga; (a soma individual dos acessos, não é igual à largura de banda existente, entre estes dois pontos, o que é justificável do ponto de vista da gestão financeira. Os utilizadores, não usam a Internet em simultâneo.
3) assim a disponibilidade da taxa de ocupação simultânea, é um aspecto muito importante ao diferenciar as propostas dos operadores com reflexos na qualidade das ligações. Em períodos de maior utilização, haverá mesmo congestionamento, a quem estiver ligado a operadores com menos largura de banda, nestas interligações;
4) O estado das condições físicas da linha telefónica (a secção dos condutores, os fracos isolamentos, entre condutores ou à terra, são muito condicionadores da velocidade e da flutuação do sinal.
No caso da Netcabo, o problema principal, reside na largura de banda ser partilhada, por pequenos concentradores, por zonas geográficas e por isso está mais dependente do uso mais ou menos intensivo, de cada um dos clientes ligados.
Assim e para arrefecer alguns ânimos, convém desde já que fique claro, que se um Cliente, hoje, não consegue atingir velocidades ao nível da velocidade contratada, devido, à distância da sua linha telefónica, ao ponto de acesso da PT, não irá ter, por este aumento, maior velocidade, qualquer que seja a largura de banda que se divulgue como disponível. Do mesmo modo, se não for aumentada a largura de banda, para o caso das interligações entre pontos de acesso, dificilmente vão notar diferenças.
Queria, neste post, abordar um outro aspecto, ligado com o preços das ligações e dos equipamentos, mas dada a extensão deste, já não o vou abordar. Deixo apenas as ideias que pretendia desenvolver:
1) O serviço do acesso à Internet, em banda larga, deveria ser considerado um serviço público e os preços de acesso, deveriam ser simbólicos ou gratuitos, para permitir o uso amplo desta tecnologia;
2) Os computadores, tal como acontece com os packs de telemóveis, deveriam ser subsidiados com preços, associados, PC + Internet, a um custo insignificante.
A Sapo tem uma oferta deste tipo, mas, nem os preços altos do serviço ADSL, nem a oferta de equipamentos são tentadores.
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