segunda-feira, setembro 11

Mudança

Ainda não é o regresso às postagens, mas já falta pouco. Só que não será aqui. Mudei de casa. Preciso de mudanças. Já dizia Camões que todo o mundo é composto de mudança. A rotina cansa-me. Preciso de novos estímulos. Para já fica pela mudança de local.

A partir de agora vou estar aqui na plataforma da Word Press. Espero que gostem. Ainda não conheço bem como aquilo funciona, mas com o tempo vou procurar que a nova casa seja mais acolhedora, para Vos sentireis bem.

Com as minhas desculpas. peço-lhe que alterem nos Vossos Links o novo endereço, para
http://fernandomarques.wordpress.com

Até lá. Fico à espera.

O 11 de Setembro foi há cinco anos.

Hoje tinha de vir cá, apenas para evocar o atentado terrorista de 11 de Setembro.

Foi um acto gratuito de terrorismo miserável, perpetrado por loucos fanáticos.

O terrorismo fundamentalista, alienado, brutal e desumano, precisa ser lembrado todos os dias. Só importa dizer isto, hoje!

quinta-feira, setembro 7

Intervalo

Vou parar por uns tempos. Uma semana, quinze dias não sei ainda. Vou voltar mas para já preciso de parar. Peço desculpa aos habituais frequentadores.

Os outros colaboradores também estão estão impossibilitados de colaborar. É uma pausa justificada, portanto.

Até já!

terça-feira, setembro 5

Notinhas

1 -Professores são obrigados a denunciar alunos que sejam shinheds, comunistas, membros de seitas religiosas ou homossexuais, sem que os visados saibam. Isto passa-se num país (na região de Voronej, no Sul da Rússia) que ainda há pouco tempo era “comunista”. Novos tempos, os “mesmos” protagonistas, outras caças às bruxas!
2 -A China proibiu um realizador chinês de filmar durante cinco anos pelo “crime” de ter exibido um filme, sem autorização, no último festival de Cannes. O filme aborda o amor entre dois estudantes, no período das manifestações pacíficas de Tiananmen, onde recorde-se os estudantes foram vítimas de agressões brutais, tendo morrido centenas deles. Estes ainda se afirmam comunistas. Arre! Se isto é comunismo vou ali e não volto.

3 -Hugo Chavez quer ser o presidente vitalício de uma Venezuela “socialista”. Já anunciou o referendo para 2010. O homem está cego pela ambição política e pela força do petróleo da sua Venezuela. O socialismo não se constrói com mandatos vitalícios e poderes ilimitados. Mesmo que, eventualmente, com boas intenções.

4 -O Estado Português perde milhões de IVA todos os dias. O esquema funciona assim. Uma empresa nacional importa uma mercadoria de um estado membro da União Europeia. Por esta operação não paga IVA. Só paga o IVA quando introduz essa mercadoria no mercado. Ora esta situação pode ser contornada, desviando o trânsito da mercadoria, por meios ílicitos que o Estado não controla.
Isto acontece porque o IVA não é pago à cabeça, com a importação, como acontece com os países não membros da UE. Quem denuncia esta situação é o presidente da câmara dos despachantes oficiais em entrevista ao Vida Económica.

5 -“Árbitros foram abordados para prejudicar o Benfica na época 2003/2004.” Diário de Notícias de hoje. Não sou eu que digo einh!

segunda-feira, setembro 4

Chamar o nome aos bois

Assim gosto. Chamar os bois pelos nomes. Há momentos em que é preciso chamar os nomes “feios”. Todos os nomes feios a alto e bom som. Não é isso que dá razão a alguém. Mas há alturas que é preciso, falar curto e grosso! Não sou um adepto da guerrilha, como táctica. Gosto de resolver logo os problemas. Sou pelo diálogo, pela concertação, pela troca de argumentos. Abomino conflitos. Fico mesmo doente. Mas gosto de dar o meu murro na mesa, quando necessário. Quando tem de ser. Nos momentos certos. Detesto a hipocrisia. Defendo os consensos, os acordos, não conflituar por qualquer coisa, a serenidade. Mas não compactuo com o abuso, com falsidades, com hipocrisias, com desrespeitos… aí sou bravo, transfiguro-me.

Isto anda tudo em águas mornas. Muita diplomacia, elegância, cortesia, muitos salamaleques. Parece que não se passa nada. Tudo gente muito bem-educada. Arre!

Não é assim. Parece que estamos todos satisfeitos com a vida. De vez em quando resmungamos, protestamos e esquecemos. Dizemos que isto não vai lá. Eles dominam tudo. Não há nada a fazer e adormecemos, embalados.

Quando alguém diz em voz alta o que pensamos em voz baixa, vemos motivações encapotadas, insídias, desconfiamos de tudo e de todos. Ah quanta raiva, às vezes sinto!

Por isso regozijo-me quando ouço alguém a pôr a boca no trombone. A dizer o que os outros calam. A chamar o nome aos bois. A paciência tem limites. E para certas coisas, nem há margem para a paciência ou a tolerância. É preciso partir a loiça. Deixar para lá a boa educação, os bons termos.

Falo uma vez mais da marcha do emprego organizada pelo Bloco que percorre o país, a denunciar as políticas de emprego do Governo, a máfia de muitos patrões, a desmontar argumentos falaciosos sobre certas “inevitabilidades” e sobre falsas soluções. E neste tempo, "em que as forças parecem falhar", ter a coragem de vir para a rua, ao encontro das pessoas, apresentar propostas novas, modernas, contra a corrente das ideias feitas as velhas teorias de “novas” inteligências é de enaltecer. Para chamar os nomes aos bois, como faz e bem, Francisco Louçã.

Força nisso!

domingo, setembro 3

Letras com garfos para comunistas caviar

Em resposta a este post, que se referira a este, tive esta réplica. Gostei, a sério. Confirmo não ter rebatido nenhuma afirmação do seu post. Mas tenho razões fundadas para não o ter rebatido. Pois é isso. Senti-me “esmagado” perante juízos tão profundos e certeiros. Fiquei incapaz de reagir. Sem palavras. Por isso resisti, não reagi. As minhas desculpas. Sou um bocado intempestivo.

Claro que é “claríssimo” que o Bloco de Esquerda apoia o Governo! E que “tem contrapartidas” do Governo. O “deve ter” original está a mais, foi um lapso… claro que tem contrapartidas! Também, como objectar a que o Bloco defende as “salas de chuto”? Não posso! Claro que defende as “salas de injecção medicamente assistidas”!.. É a mesma coisa, não é? Mas se calhar, talvez tenham razão. Se calhar o melhor é banir essa gente. Afinal, não trabalham, não produzem, são um encargo para o Estado. E além disso são perigosos, criminosos, dão mal aspecto, talvez seja melhor, mesmo deixá-los nas ruas como cães vadios. Talvez…

E depois como defender-se da acusação gravíssima de que os bloquistas, pretendem a profissionalização da prostituição (especialmente da masculina, vejam lá). Confesso que nunca vi uma posição do Bloco sobre isso, mas dou de barato. A prostituição não existe em Portugal, como sabem. Ou será que existe, aí por todas as ruas e caminhos, em cada aldeia, vila ou cidade?
A esta não respondi confesso com medo de comprometer o Bloco. Sim, porque eu sou a voz do Bloco! Não acreditam? Leiam aqui (mais, é só procurar) … as minhas posições ou de outros, (vá lá, para não ser tão convencido), são as posições do Bloco. Nós não temos opinião própria, somos um corpo monolítico, impera um único pensamento. Pois então a minha posição é a seguinte: Sim, sou a favor da profissionalização da prostituição! Não quero tapar os olhos com uma peneira. A prostituição existe. Não há que negar. Preferia que não existisse. Que as mulheres não precisassem ou fossem obrigadas a vender o corpo. Preferia que fizessem amor ou sexo por amor ou prazer, mas não por dinheiro. Em nome da sua dignidade humana. Esclarecido!...

Sobre a questão do casamento ou adopção de crianças por casais homossexuais que dizer mais que não se saiba. Sou liberal nos costumes. Casem como quiser, onde quiserem, com quem quiserem. O amor não tem sexo. Ama-se e pronto. E as crianças que tenham todo o amor do mundo por parte dos adoptantes. Que sejam educados com carinho, no respeito, na diversidade. Tantas crianças abandonadas e tanto preconceito.

Aborto sim! DESPENALIZAR já! E por mim quando o casal quiser, devidamente acompanhados e aconselhados por médicos e psicólogos e feito em condições de segurança e salubridade em clínicas ou hospitais. Abortar por amor. Satisfeito!...

Sobre a pedofilia, nem merece resposta tão nojenta é a afirmação. Salve-se a candura com os pobrezinhos, coitadinhos. Uma cana de pesca para todos, já!

Depois de tecer tão simpático comentário ao PCP e às suas (do PCP) posições sobre o aborto, a eutanásia, a religião, percebo o sentimento que nutre pelo Bloco. Mas penso que o PC não lhe agradecerá... é venenoso.

Fica o "comunismo caviar", para o fim. São frases feitas, para desvalorizar um partido. Percebe-se a profundidade da argumentação. Na parte que me toca. Trabalho, oficialmente, desde criança (treze anos ainda se é criança), venho de famíla, não modesta, mas pobre. Comi a sopa da misericórdia, as sobras de restaurantes, estive num recolhimento de crianças com dificuldades financeiras durante uns tempos, andei descalço e de ranho no nariz, a minha casa era, simultaneamente, uma casa de sucata, vivi e dormi em chão de terra preta, estudei à noite, trabalhei sempre. Cumpri sempre os meus deveres cívicos. Se todos os "comunistas caviares" forem assim, muito bem, são bem-vindos... se a maioria são da classe baixa, média, ou média alta, pouco me importa. Se comem bem, se dormem melhor, se se vestem com gosto, têm um bom carro, se tudo isto acontece, sem ostentação, sem provocação... tanto melhor. Sem invejas, sem egoísmo, agora também, não me queixo muito, pessoalmente não estou mal. Também não sou muito exigente para comigo. Mas se para além disso, se esses "comunistas caviares" ainda se preocupam com a miséria social, com a hipócrisia desta sociedade e lutam por melhores condições para todos, só merecem o meu respeito e admiração. Apenas e não é pouco. E isto serve para toda a gente de todos os estratos sociais ou partidários.

Será que desta vez respondi?

Em frente, marche!

O Jumento, (um blogue que aprecio e recomendo), em tom jocoso, descreve a marcha pelo emprego do Bloco de Esquerda como um três em um: A peregrinação a Fátima pela “postura” quase religiosa, o movimento dos sem terra no Brasil pelo “ar” combativo, a classe média pelas sapatilhas Nike ou as calças e camisolas Timberland dos participantes.

Está bem conseguida esta imagem. Como brincadeira.

Mas o problema do emprego, não é uma brincadeira. O emprego num país a sério deveria ser pleno. Para mim é uma iniciativa, séria, empenhada, inovadora, para chamar a atenção para um problema grave na sociedade portuguesa. Consigo imaginar o drama de famílias com filhos, marido ou mulher, ou ambos, desempregados; consigo imaginar as fábricas a fecharem e os trabalhadores desesperados; consigo imaginar os pais, depois de tantos sacrifícios, verificaram que não serviu de nada investir nuns cursos superiores, porque não há empregos; ao mesmo tempo, consigo imaginar os patrões, a fechar empresas e a comprar os últimos modelos de potentes carros; consigo imaginá-los nas maiores trafulhices, vigarizando o Estado; consigo imaginá-los a comer ou a passar férias nos melhores hotéis e locais do mundo, enquanto preparam mais despedimentos; consigo imaginar, a engendrar planos, para sacar, mais uns tostões, à custa dos trabalhadores, para rechear mais as carteiras; consigo vê-los a retirar direitos sociais, a quererem que se trabalhe mais, ganhe menos e em piores condições; consigo…; consigo…; consigo …;

Por isso vale muito esta iniciativa. Para desmascarar. Para denunciar. Para esclarecer. Para combater. Para apresentar propostas. E enquanto alguns, por esse país fora, preparam estas jornadas, outros caminham pelas ruas, vão às empresas, contactam com os trabalhadores, fazem sessões públicas, em torno da bandeira do emprego, com esforço físico, palmilhando milhares de quilómetros de estrada em dezassete dias, como o deputado Francisco Louça, nós, alguns de nós, muitos de nós, estamos tranquilamente, a apontar mal as nossas "baterias de criticas", a escolher mal o alvo. No que me toca pesa-me algum comodismo, impeditivo de participar de “corpo” inteiro nesta jornada até ao fim.


Força companheiros!

sábado, setembro 2

Ah, valente!

Em passagem pelo esquerda.net encontrei este video excepcional, legendado em castelhano, de uma entrevista concedida por George Galloway (deputado inglês, eleito pela plataforma RESPECT) ao canal Sky News.

Fiquei impressionado com a frontalidade com que George Galloway respondeu à entrevistadora, sem diplomacias ou rodeios. Desmontando a manipulação informativa, não dando tréguas, insistindo, persistindo, chamando de tonta à jornalista. Excelente momento de televisão.

Que diferença com os nossos políticos em Portugal! Apenas encontro paralelo no Francisco Louçã. E já tenho saudades da garra do Louçã, do Louçã repentista, de um Louçã, ainda mais acutilante.

Ver vídeo aqui em baixo.



A prova que faltava: o ridículo é mesmo as cartas de amor.

Os novos monstros.

Houve um tempo em que os comunistas, comiam criancinhas ao pequeno-almoço e davam injecções atrás das orelhas aos velhotes para eles morrerem. Agora, os monstros são outros. São comunistas, na mesma, mas travestidos. Querem salas de injecção medicamente assistidas para a escumalha dos drogados. Querem legalizar as drogas; profissionalizar a prostituição masculina e feminina;instituir o casamento e adopção de crianças por homossexuais; liberalizar o aborto e a eutanásia; permitir a pedofilia. Sim, permitir a pedofilia, agora ou mais tarde.

Aos pobrezinhos coitados... a esses, querem abandoná-los!

Esses comunistas travestidos, sãos os gajos do Bloco de Esquerda. São eles que que estão por trás disto tudo. São eles que manobram o governo. São eles que espalham estas ideias. São uns novos monstros.

Pessoas como estas do Bloco deveriam ser escorraçadas! Que ódio!

(mais coisa menos coisa, é isto que
estes querem dizer)

sexta-feira, setembro 1

Marcha pelo Emprego


Não sou um homem de partidos, definitivamente. Apesar de estar filiado no Bloco de Esquerda. Mas sou um homem de causas, decidadamente. Por isso, logo, vou estar em Braga a apoiar a marcha pelo emprego do Bloco de Esquerda. E amanhã, se um "compromisso" não for impeditivo, estarei também em Guimarães.

Não me façam perguntas, hoje.

IF ...

Se agora fosse
o dia
que não veio
e eu fosse, ainda,
o mesmo
que não sou,
seria a madrugada,
apenas,
um anseio
dum sonho
morto a meio
que o pôr do sol
sonhou ...


Alfredo Reguengo
Poemas da resistência

quarta-feira, agosto 30

Não haja confusões!


Foto roubada aos marretas

Os administradores do Hospital de Matosinhos impuseram a cor amarela em vez da tradicional cor branca, às batas dos enfermeiros daquela unidade. Parece que é para não se confundirem com os médicos. É uma questão de diferenciação de classe. Patético.

Os enfermeiros consideram uma “despromoção” e falam em tradição da cor branca, associado à enfermagem. Parece-me também mesquinho esse argumento. A questão central é mesmo saber as vantagens desta medida. Não encontro resposta. A não ser a de marcar uma diferença de estatuto. E isso é estúpido. Seria mais sensato e apropriado que os “doutos” administradores, alterassem a cor da farda aos médicos. Assim o mal era “repartido pelas aldeias”.


Ensandeceram todos!

Grrr... Grrr...




A tradição mata toiros para gáudio dos presentes.

E viva a festa.


Em Barrancos!



Roubar

Pescadores de "banho à minhoca", obrigados a pagarem licença. Um governo ladrão e mentiroso! Ridículas as justificações do ministro. Acabei de o ver na televisão, agora mesmo. Não percebo como consegue dar aquelas justificações com aquela voz e olhar imaculados. Apetecia-me bater-lhe!

Os portugueses seriam mais pobres sem os imigrantes.

Ora tomem!

Porque tem de ser assim?

Envio de militares é «absolutamente natural», diz Cavaco Silva, para justificar a presença de Portugal na força internacional, que estará no sul do Líbano.

Mas, natural, porquê? Então isto agora é assim!.. A que propósito Portugal tem de participar em todas as missões militares? Não se pode questionar a sua presença? Avaliar as implicações e os propósitos? Ponderar os benefícios ou prejuízos? Dizer que não? Seria o único país a fazê-lo?


Que raio de porcaria é esta que, sem mais, se acha "absolutamente natural", participar em missões militares? Natural seria não participar em missões militares, muito indefenidas...


A Inglaterra, parece-me, não irá fazer parte desse contingente e os Estados Unidos, também. Porque ficam de fora? Porque disputaram a França e a Itália a liderança dessa força? Qual é o nosso papel nessa missão? Tem Portugal, disponibilidade financeira, para estar presença em mais esta missão?


A presença de forças portuguesas em zonas de conflito, só deveriam ser aceites, em caso extremo e com a clareza dos objectivos.
Não me parece ser o caso da presença no Líbano em que tudo é muito nebluso.
Na situação em que está o Médio Oriente, só com a resolução definitiva do problema da Palestina, obrigando Israel a respeitar as decisões da ONU, a paz pode chegar áquela zona.


Tenho receio de que algumas famílias, desta vez, irão chorar os seus familiares.

terça-feira, agosto 29

Carlos Sousa ainda.

A propósito, da substituição de Carlos Sousa da Câmara de Setúbal, bem cedo, exprimi a minha posição aqui, “ainda” o PCP examinava o assunto. Tive, logo, uma posição muito clara. Estava contra. Não podia concordar com uma substituição, à revelia do próprio ou dos eleitores. Do próprio, porque um partido não é “dono” dos seus militantes. Dos eleitores, porque esta eleição não se confina ao voto dos eleitores do PCP.

Um partido pode e deve fazer análise, em conjunto, ao trabalho autárquico dos seus militantes. Um partido pode ter opiniões diferentes, acerca da prestação dos eleitos. Pode discordar, leve ou profundamente, da sua actividade.
Não deve é pressionar a sua substituição em público ou em privado, em especial tratando-se de um presidente da Câmara, eleito, pelos munícipes.

Um partido pode retirar a confiança política, pode afirmar a sua desaprovação sobre a governação da Câmara, em qualquer sítio.
Não deve é substituir-se ao próprio e pressionar a uma decisão que só a ele cabe.

Um partido pode concordar ou não, mas não pode substituir-se ao próprio nem aos eleitores, mesmo tendo sido eleito em listas partidárias. O partido deve tratar das questões internamente com os seus militantes. Pode suspender, expulsar, retirar a confiança, promover um processo interno se achar caso disso.
Não deve é misturar as questões do partido com as da soberania dos cidadãos.

O Presidente da Câmara é o presidente dos munícipes de um concelho. É a eles, e em particular a quem o elegeu que deve prestar contas da sua actividade, assim como aos órgãos de fiscalização autárquica, como a assembleia municipal. As suas contas. Ao partido cabe tudo, menos, “promover” a sua substituição por questões tácticas ou estratégicas, sem a concordância do mesmo e à revelia da avaliação dos eleitores.
Isso é uma “fraude” aos eleitores.

Pior do que a atitude do PCP só a atitude do próprio Carlos Sousa ao aceitar a sua substituição com o argumento de “renovar energias, rejuvenescer e reforçar a equipa, para melhor enfrentar os desafios”. Carlos Sousa esteve-se nas tintas para os seus eleitores; deu precedência à estratégia do partido, conformou-se, desistiu, teve medo. Mostrou ser um fraco. Mostrou que não merecia a confiança dos seus eleitores. Foi pior a emenda (deixar-se substituir) do que o soneto (a pressão para se demitir).

Reitero o que disse neste outro post. “A demissão [a acontecer] só a entendo por dois motivos: Não resistir às pressões partidárias. Abandonar o barco traindo as suas próprias convicções. Haveria uma terceira legítima mas que no caso me parece desajustada e que seria o próprio reconhecer uma prestação negativa do seu trabalho à frente da autarquia, mas nesse quadro, a sua saída é a destempo.”

Com isto, não quero dizer que o Presidente ou qualquer outro eleito, não possa “deixar-se” substituir ou ser o próprio pedir a sua substituição. Pode, claro. Mas não sendo por razões pessoais, deve assumir que não estava a desempenhar bem o seu papel. Não foi isso que aconteceu. O partido também não estava ainda em condições de fazer um balanço que conduzisse a uma substituição, em particular, depois de uma recandidatura e de uma reeleição, há dez meses. Mas essa é outra questão.

Há um ano.



O furacão Katrina destruiu Nova Orleãos.
Contra a força poderosa do furacão, o governo dos Estados Unidos, não soube estar à altura dos acontecimentos.

O País mais rico e poderoso do mundo, esteve ao nível de um país do terceiro mundo. Mostrou-se incompetente. Não soube prevenir, não soube responder, mesmo depois de saber da força do Katrina. Mesmo depois de avisado. A cidade foi arrasada.

Passado um ano, a recuperação é lenta. Os homens dos negócios espreitam. Alguém vai e está a ganhar muito dinheiro. Os pobres e negros de Nova Orleães que se cuidem e desenrasquem.
Nova Orleães não será a mesma.

O bocadinho de papel

Há tempos que andava com este papelinho num bolso. Um bocadinho de uma página da revista do Expresso. Estava guardado para vir aqui.

Este bocadinho de papel traz a notícia de que “37 milhões de americanos são oficialmente pobres; 46 milhões não têm qualquer tipo de seguro; um em cada quatro salários está abaixo do rendimento de pobreza…”.


Na terra das oportunidades, de todas as oportunidades, são cada vez mais as oportunidades que se perdem – ou melhor, que não se deixam ganhar.
Neste bocadinho de papel, rasgado de uma revista de muitas páginas, vem a imensa contradição do centro do império.
Neste bocadinho de papel mostra-se toda a imensa ilusão das oportunidades vendidas por um ilusionista falhado.


Há bocadinhos de papel que, por muito que andem perdidos, encontram sempre o trilho da indignação!

Victor Franco

segunda-feira, agosto 28

Futebóis

Não consigo perceber certas coisas no futebol português. Este caso "Mateus" é um deles. Apesar de gostar de futebol, ver quase todos os jogos na televisão, assistir ao vivo a alguns, ser adepto do Glorioso, estas polémicas passam-me ao lado. Não presto atenção a estes "detalhes".

Julgo que tudo começa com a utilização irregular do jogador Mateus que teria um contrato de amador e para participar em competições da Liga, precisava de ter um contrato de profissional. Não sei porque razão tinha um contrato de amador. Também não sei porque é que um jogador não pode ter um contrato de amador. Talvez alguém me explique.

O campeonato já começou e um problema da última época ainda está por resolver. O campeonato começou "coxo" com menos uma equipa. A confusão é enorme.

Com decisões diferentes, em períodos diferentes, num sentido e em sentido contrário, tomadas por dois órgão de futebol, o conselho de disciplina e o conselho de justiça, o Belenenses e o Gil Vicente, nos últimos tempos, já "estiveram" na divisão de honra, na 1ª liga, outra vez na honra, e por fim, com a última decisão, o Belenenses na1ª liga e o Gil Vicente
na honra
. O Gil não conformado recorreu aos tribunais civis e a liga, face à decisão do tribunal, decidiu suspender os jogos dessas equipas, até melhor “altura”.
Pelo meio ainda houve eleições para a Liga que entretanto foram impugnadas.

Isto para mim é muito estranho. Não consigo perceber como este caso não "morreu” à partida... bastaria que a liga, no caso da existência de irregularidades, desde logo, tivesse recusado a inscrição ou a utilização do jogador Mateus, até estar conforme os regulamentos.
Ter-se-ia evitado este imbróglio.

Mas, talvez interesse que isto seja assim. Deve ser mais um caso de polícia.

domingo, agosto 27

Ah grande camarada!

A "brigada sindical" foi dar uma ajudinha à festa do Avante. A brigada, além de Jerónimo de Sousa, incluía, Domingos Abrantes e Francisco Lopes.

Este sim, vê-se, é um dirigente político a sério. Veste o fato trabalho e arregaça as mangas. Não é só mandar "bitaites". É a diferença entre ser um operário ou ser um intelectual.

E não venham dizer que isto é marketing político! Não estamos em campanha, nem em vésperas de campanha eleitoral...

Essa coisa de Setúbal, de susbstituir o Presidente da Câmara, são "fait-diver" da pequena burguesia, para esconder estas lições de militância partidária!..

OK camarada,
escuso de ficar descansado.

Urgente

...
Cospe nas mãos,
diz
mesmo,
quatro pragas,
- mas vem
acorda,
põe-te,
enfim,
de
pé!...

Alfredo Reguengo
Poemas da Resistência
26/11/1970

sábado, agosto 26

Portugal deve participar na UNIFIL 2?

A derrota política de Israel no Líbano, mais do que a incapacidade de neutralizar o Hezbollah, o recente protagonismo de Kofi Annan e da ONU e, em particular, o arrufo italiano fizeram despertar alguns activistas-da-treta defensores do papel “insubstituível” da Europa e de um ressurgir do multilateralismo.
Deixem que vos traga apenas algumas breves notas à reflexão:

1. Israel decidiu unilateralmente (com o apoio dos EUA e da Inglaterra) invadir o Líbano. Quando bombardeava este território bombardeou e matou soldados da UNIFIL apesar dos insistentes alertas destes de que estavam a ser mortos.
2. Israel continua a cercar o Líbano por mar e pelo ar e sempre que entende continua a violar a resolução 1701.
3. Israel continuou a bombardear, a destruir casas, a matar populações na Palestina e a raptar dirigentes eleitos pelo povo palestiniano.

E, compreendendo a necessidade do governo libanez e do Hezbollah de pararem com as bombas que lhe caíam em cima da cabeça, a verdade é que:

1. A resolução 1701 é suficientemente ambígua para poder dar para os dois lados.
2. Ainda falta uma nova resolução que clarifique, de facto, o que fazer com os assuntos mais decisivos.
3. Ainda nada impõe uma disciplina internacional a Israel que o obrigue a respeitar as resoluções das Nações Unidas que ele sempre violou. Será essa força internacional?
4. Os EUA e a Inglaterra não se querem meter naquele vespeiro, porque será?
5. Ainda está por ligar a situação do Líbano à situação da Palestina – a raiz de todo o problema.
6. Qual o futuro do Líbano? Mais um protectorado internacional, como a Bósnia e o Kosovo, sem solução à vista?
7. Que garantia de que essa força internacional não se junta a uma possível guerra contra a Síria e/ou o Irão?
8. Há novos passos para a paz que precisam de ser dados…

Perante tudo isto, a participação portuguesa na UNIFIL 2 não é obrigatória, é imprópria e é desaconselhável.
Apenas o governo e se calhar algumas chefias militares, sequiosas de protagonismo guerreiro que depois há-de ser altamente mediatizado pelas televisões – apesar de não passarem de uns paus mandados e uns zeros à esquerda na escala de decisão –, acham que a presença de Portugal numa força internacional é assim uma coisa absolutamente transcendental e indispensável à resolução dos problemas no planeta Terra.
Neste quadro, político, militar e económico, os factores de predomínio do imperialismo continuam e qualquer actividade militar nesta zona estratégica do mundo ou a ele está subordinada, ou, se calhar, teria que ter um grande movimento mundial de solidariedade e contestação da guerra - coisa que não está a acontecer.
É pena, mas ainda é assim!

Victor Franco

sexta-feira, agosto 25

Criminosos

Um relatório das Nações Unidas confirma que Israel usou bombas de fragmentação contra populações civis no Libano e que este armamento é de fabrico americano. A Casa Branca viu-se obrigada a abrir um inquérito.

(via Arrastão)

Sinto vergonha!

Estas notícias já não chocam muita gente, infelizmente.

Dirão os palermas do costume:
São pretos. Estão ilegais, construiram casas (barracas) na ilegalidade que querem eles?

Entretanto, centenas de famílias, não têm onde ficar, dormem no meio dos escombros, abraçados aos filhos. O olhar perdido. Uma vida sem esperança.
Toda a gente tem direito a um tecto!

Esta cambada que toma estas decisões são uns canalhas, uns bandalhos, não são humanos.

Não me interessa para o caso, os fundamentos legais. Que se fodam, as (i)legalidades. A autarquia, antes da demolição, tem de assegurar que as pessoas não fiquem entregues à sua "sorte" (azar) por serem pobres, pretos e imigrantes e demolir as suas "habitações" construídas com muito esforço, para não dormirem na rua.

SÃO UNS FILHOS DA PUTA!!!
Adenda: Não digo "asneiras", por hábito. Só quando estou zangadíssimo, como nestas situações. Preferia partir-lhes os cornos ou o ir-lhes ao focinho. Mas não pode ser. As minhas desculpas aos próprios e às famílias pelas ofensas verbais. Mas quando tiver que ser... à falta de melhor, vão continuar a sair.


quinta-feira, agosto 24

PT Portugal para contrapor à OPA

PT Portugal é o nome da empresa que irá resultar da "fusão" entre a PT Comunicações e a TMN, se a OPA sobre a PT não se concretizar, segundo o Jornal de Negócios de hoje. (sem link)

A PT depois de anunciar a separação da PT Multimédia do grupo PT, pretende agora, agregar as duas empresas numa única, a PT Portugal, e aproveitar as sinergias tecnológicas, nomeadamente, fazendo a "convergência", entre as comunicações fixas e as móveis.

Isso significará que um telemóvel poderá funcionar, como sendo um telefone da rede fixa, quando em casa ou no escritório e inversamente, o telefone fixo (um telefone portátil) poderá funcionar na rua, limitado, a um espaço geográfico de cobertura, ainda não defenido. Estão neste momento a decorrer já testes em dois pontos do país.

A fusão das duas empresas, até agora, com administrações distintas e autónomas, passará a ter uma administração, uma liderança e uma estratégia única e com uma dimensão de quase "10 milhões de clientes e mais de nove mil trabalhadores" o que lhe permitirá ultrapassar constrangimentos legais, da sua oferta e do seu portfólio comercial e tecnológico.

Para além da convergência fixo-móvel a a nova empresa pretende implementar a curto prazo a oferta do "Triple-play", ou seja a possibilidade de combinar, Voz, Internet e Televisão, na mesma infra-estrutura de suporte físico. Todo este sistema acredita-se, para além de melhorar as ofertas comerciais, poderá fazer baixar os preços ao consumidor, por força da utilização de um único meio de transporte dessas comunicações, em banda larga.

Com esta medida, a PT, continuará a competir em todos os segmentos do negócio das telecomunicações, embora com menor dimensão, em escala e em recursos, com a perda da PT Multimédia, mas, simultaneamente, resolve um problema, de "excesso" de monopólio de que era acusado, com alguma razão, por diversos segmentos da sociedade, permitindo uma melhor e mais eficaz concorrência, entre os diferentes operadores de telecomunicações e irá melhorar e aumentar, certamente, as ofertas de conteúdos, resultante das convergências tecnológicas e dos condicionamentos “impostos” pela Anacom.

É também uma resposta à OPA da Sonaecom, sobre a PT. A partir destes novos dados, cada vez se justifica menos, uma OPA sobre a PT, após o cumprimento das "exigências" da separação da rede de cobre e cabo e de permitir uma maior concorrência que definitivamente a OPA não está em condições de oferecer.

Esta solução, parece-me razoável, embora não disponha de todos os elementos que me permitam fazer uma avaliaão categórica. Mas como tenho vindo a defender, a melhor solução, em minha opinião, seria a de o Estado "nacionalizar" toda a infra-estrutura física, e "alugar" aos operadores de telecomunicações em condições de igualdade. Naturalmente, esta opção, teria de assegurar os direitos sociais dos trabalhadores da PT, "transferíveis", a todos os níveis.

quarta-feira, agosto 23

- Fodida estou eu ...

Foi à mais de vinte anos. Nessa altura, as avarias nas ligações telefónicas eram comunicadas à Telecom, (CTT) marcando o número treze. As chamadas eram sinalizadas numas pequenas lâmpadas, com um orifício por baixo e atendidas por um operador telefónico, através da inserção de uma cavilha telefónica, com cordão e micro-telefone.

Foi engraçada a situação.
A lâmpada acende o colega operador atende a chamada e passa-me o telefone, dizendo-me apenas que era para mim. Atendi e o diálogo foi assim, quase "ipsis verbis":

- Sim, faz favor.
- Fernando?
- Sou!?
- Sou eu... a Ermelinda. Olha… não veio nada!...
- Não veio nada?!! Estamos fodidos!!!
- Fodida estou eu… e agora como vai ser?
- Temos de conversar.
- Vens cá logo?
- Sim, vou, claro...
- Apareces às nove?
- Sim, estou aí às nove…
- Tinha de acontecer-me a mim, caralho.
- Logo vemos isso.
- Tá... até logo.
- Até logo, Ermelinda.

O diálogo terminou aqui. Curto, como podem verificar.

Há situações quase inacreditáveis e esta é uma delas. Antes uma pequena explicação “técnica”. Naquele tempo era habitual as chamadas “caírem”a meio da marcação do número telefónico do destinatário. Lembro que foi para aí há vinte anos e as estações de comutação telefónica, ainda não eram digitalizadas. A comutação de chamadas já não era manual, era electro-mecânica, através de uns selectores que direccionavam as chamadas para o destino. Esse selector às vezes falhava e as chamadas não chegavam a se completar, e acabavam por “baixar” ao tal bastidor, sem o emissor se aperceber, e eram atendidas pelo operador telefónico, como se fossem dirigidas às “avarias”, também ele sem saber. Foi o que aconteceu.

A tal Ermelinda, pretendia marcar para um Fernando, supostamente, seu namorado, amante, companheiro, nunca chegarei a saber. Por coincidência, estava naquele momento, naquele espaço, designado, de mesa de ensaios. A chamada foi atendida normalmente e o colega operadora ao ouvir o meu nome, de imediato passou-me o telefone, sem mais explicações.

Eu embalei e alimentei aquele diálogo. Eu não conhecia a rapariga nem a situação. Foi um momento de intuição apurado. A frase chave foi o “não veio nada”. Lembrei-me imediatamente pelo tom de voz, preocupado, aflito, que seria a menstruação e acertei. Entrei numa brincadeira séria sem a rapariga saber. Com o nervosismo, não conseguiu sequer distinguir a voz. Não sei como terminou. O tal Fernando não deveria ter aparecido ao encontro “combinado” comigo. Deve ter ouvido das boas…

Fui muito mauzinho.

Grrr... Grrr...


"...renovar energias, rejuvenescer e reforçar a equipa para melhor enfrentar os desafios que a autarquia tem pela frente”.

Nota da concelhia do PCP de Setúbal
, justificando a demissão do presidente da Câmara.
Díário Digital 23 Agosto 2006



O Vaticano toma posição contra Israel e defende o Hezbollah.

Talvez, seja abusiva esta interpretação, mas não me ocorre outra, ao tomar conhecimento, através do esquerda.net, que o principal meio de comunicação do Vaticano, a Rádio Vaticano "A voz do Papa e da Igreja em diálogo com o mundo", dá um destaque inusitado a uma entrevista, concedida à agência italiana ANSA, por um sacerdote católito, em que critica, violentamente, Israel e o Ocidente, pelos acontecimentos no Médio Oriente e afirma que a "resistência" dos países Árabes, é comparável à defesa da Europa, contra o nazismo.

Leia aqui, a notícia da Rádio Vaticano.

A demissão de Carlos Sousa

Carlos Sousa, presidente da Câmara de Setúbal, vai pedir a demissão do lugar. Esta informação foi prestada à saída de uma reunião da concelhia do PCP de Setúbal. As razões para o pedido de demissão, segundo o próprio vão ser dadas amanhã.

Cá por mim não tenho dúvidas. Carlos Sousa, face ao pedido do IGAT ao tribunal administrativo para demissão do executivo, perante algumas eventuais ilegalidades e a pressão dos orgãos do partido, preferiu ceder a fazer finca-pé contra o partido e a aguardar uma possível decisão dos tribunais, no sentido da dissolução do executivo da Câmara.

Faz mal em minha opinião, Carlos Sousa.

As decisões que tomou e foram consideradas ilegais, foram sempre, defendidas pelo próprio, pelos vereadores da CDU e pelos orgãos do partido como sendo no âmbito das suas competências e dentro do quadro legal. Assim, deveria defender até ao fim, essas posições, no seu lugar. Se agora, eventualmente, admite irregularidades, vai tarde, como vai tarde a sua "substituição".
O PCP, é público, sempre defendeu as medidas tomadas pelos seus militantes nos orgãos executivos, nas questões complexas das aposentações compulsivas e na gestão financeira da Câmara.

Por fim quem comunica a sua substituição é o PCP. Está mal, outra vez. A substituição ou a demissão do lugar é um acto individual. Não é um acto imposto pelo partido. O eleito ao ser eleito, assumiu um compromisso com a população. E é perante a população que tem de se justificar, primeiro. Com o partido há lealdade e compromissos de cumprimento do programa eleitoral.
Nunca ouvi criticas do partido perante a gravidade das acusações à Câmara, bem pelo contrário.


A demissão só a entendo por dois motivos:
Não resistir às pressões partidárias.
Abandonar o barco traindo as suas próprias convicções.
Haveria uma terceira legitima mas que no caso me parece desajustada e que seria o próprio reconhecer uma prestação negativa do seu trabalho à frente da autarquia, mas nesse quadro, a sua saida é a destempo.

Não retiro uma virgula do que disse no anterior post e nos comentários em resposta a outros:
O eleito não pode aceitar um pedido de substituição, com base na avaliação do trabalho negativo por parte de uma estrutura partidária, mesmo sendo a sua. A avaliação deve ser do próprio. Ele a partir do momento em que é eleito (e não é eleito, por militantes e simpatizantes do partido pelo qual foi candidato), pelos munícipes, responde por ele próprio e perante todos.

Por isso, só por uma alegada má avaliação do seu trabalho ou por motivos pessoais, poderia ser a sua justificação para a demissão. Não sai bem, neste quadro em que há muito "barulho" ao redor.