quarta-feira, maio 31

A culpa não existe?

Ninguém quer casar com a culpa

A culpa não se safa. Ninguém a quer. Nasce, morre e renasce, mas está sempre só. Ninguém gosta dela. Todos a querem longe. Deve cheirar mal. Quem é o pai da culpa? Todos sabemos que ela existe. A culpa anda ao nosso lado. Persegue-nos. Às vezes dizem-nos que todos temos a culpa, que é a maneira de dizer que ninguém a tem. Mas a culpa não anda sozinha! Isso posso garantir. Tem um defeito inato. A culpa anda sempre acompanhada. Hoje anda com um, amanhã com outro. A culpa anda com todos! A culpa anda com muitos ao mesmo tempo. Deve ser por isso que ninguém a quer.

A culpa é uma galdéria.

A culpa tem uma doença contagiosa. Todos já tivemos em algum momento a culpa. A culpa já nos apanhou em qualquer esquina. Nós aí sacudimos a culpa. Nós não queremos que saibam que temos a culpa. Temos vergonha da culpa. A culpa é perigosa. A culpa é má. A culpa traz-nos problemas. Nós temos vergonha da culpa! A culpa não devia existir. Mas a culpa existe. A culpa está sempre presente. Às vezes a culpa é inofensiva. A culpa às vezes transforma-se. Muda de nome. Às vezes chama-se erro. Mas essa metamorfose é uma armadilha. Por trás do erro a culpa mostra-se. Não há forma de fugir à culpa. A culpa está sempre presente. A culpa não nos larga. Não adianta. A culpa está lá. Não podemos fingir que não existe. A culpa existe mesmo! Não há volta a dar. Temos que viver com a culpa. Temos que saber lidar melhor com a culpa! Afinal a culpa só existe porque nós existimos. A culpa existe se formos culpados. Se calhar a culpa não é má. Nós é que temos culpa de termos a culpa.

A culpa não pode morrer solteira.

PS: Este post já o tinha publicado no à esquerda. Sem razão aparente, apeteceu-me recuperá-lo agora. É a vida...


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