segunda-feira, setembro 11

Mudança

Ainda não é o regresso às postagens, mas já falta pouco. Só que não será aqui. Mudei de casa. Preciso de mudanças. Já dizia Camões que todo o mundo é composto de mudança. A rotina cansa-me. Preciso de novos estímulos. Para já fica pela mudança de local.

A partir de agora vou estar aqui na plataforma da Word Press. Espero que gostem. Ainda não conheço bem como aquilo funciona, mas com o tempo vou procurar que a nova casa seja mais acolhedora, para Vos sentireis bem.

Com as minhas desculpas. peço-lhe que alterem nos Vossos Links o novo endereço, para
http://fernandomarques.wordpress.com

Até lá. Fico à espera.

O 11 de Setembro foi há cinco anos.

Hoje tinha de vir cá, apenas para evocar o atentado terrorista de 11 de Setembro.

Foi um acto gratuito de terrorismo miserável, perpetrado por loucos fanáticos.

O terrorismo fundamentalista, alienado, brutal e desumano, precisa ser lembrado todos os dias. Só importa dizer isto, hoje!

quinta-feira, setembro 7

Intervalo

Vou parar por uns tempos. Uma semana, quinze dias não sei ainda. Vou voltar mas para já preciso de parar. Peço desculpa aos habituais frequentadores.

Os outros colaboradores também estão estão impossibilitados de colaborar. É uma pausa justificada, portanto.

Até já!

terça-feira, setembro 5

Notinhas

1 -Professores são obrigados a denunciar alunos que sejam shinheds, comunistas, membros de seitas religiosas ou homossexuais, sem que os visados saibam. Isto passa-se num país (na região de Voronej, no Sul da Rússia) que ainda há pouco tempo era “comunista”. Novos tempos, os “mesmos” protagonistas, outras caças às bruxas!
2 -A China proibiu um realizador chinês de filmar durante cinco anos pelo “crime” de ter exibido um filme, sem autorização, no último festival de Cannes. O filme aborda o amor entre dois estudantes, no período das manifestações pacíficas de Tiananmen, onde recorde-se os estudantes foram vítimas de agressões brutais, tendo morrido centenas deles. Estes ainda se afirmam comunistas. Arre! Se isto é comunismo vou ali e não volto.

3 -Hugo Chavez quer ser o presidente vitalício de uma Venezuela “socialista”. Já anunciou o referendo para 2010. O homem está cego pela ambição política e pela força do petróleo da sua Venezuela. O socialismo não se constrói com mandatos vitalícios e poderes ilimitados. Mesmo que, eventualmente, com boas intenções.

4 -O Estado Português perde milhões de IVA todos os dias. O esquema funciona assim. Uma empresa nacional importa uma mercadoria de um estado membro da União Europeia. Por esta operação não paga IVA. Só paga o IVA quando introduz essa mercadoria no mercado. Ora esta situação pode ser contornada, desviando o trânsito da mercadoria, por meios ílicitos que o Estado não controla.
Isto acontece porque o IVA não é pago à cabeça, com a importação, como acontece com os países não membros da UE. Quem denuncia esta situação é o presidente da câmara dos despachantes oficiais em entrevista ao Vida Económica.

5 -“Árbitros foram abordados para prejudicar o Benfica na época 2003/2004.” Diário de Notícias de hoje. Não sou eu que digo einh!

segunda-feira, setembro 4

Chamar o nome aos bois

Assim gosto. Chamar os bois pelos nomes. Há momentos em que é preciso chamar os nomes “feios”. Todos os nomes feios a alto e bom som. Não é isso que dá razão a alguém. Mas há alturas que é preciso, falar curto e grosso! Não sou um adepto da guerrilha, como táctica. Gosto de resolver logo os problemas. Sou pelo diálogo, pela concertação, pela troca de argumentos. Abomino conflitos. Fico mesmo doente. Mas gosto de dar o meu murro na mesa, quando necessário. Quando tem de ser. Nos momentos certos. Detesto a hipocrisia. Defendo os consensos, os acordos, não conflituar por qualquer coisa, a serenidade. Mas não compactuo com o abuso, com falsidades, com hipocrisias, com desrespeitos… aí sou bravo, transfiguro-me.

Isto anda tudo em águas mornas. Muita diplomacia, elegância, cortesia, muitos salamaleques. Parece que não se passa nada. Tudo gente muito bem-educada. Arre!

Não é assim. Parece que estamos todos satisfeitos com a vida. De vez em quando resmungamos, protestamos e esquecemos. Dizemos que isto não vai lá. Eles dominam tudo. Não há nada a fazer e adormecemos, embalados.

Quando alguém diz em voz alta o que pensamos em voz baixa, vemos motivações encapotadas, insídias, desconfiamos de tudo e de todos. Ah quanta raiva, às vezes sinto!

Por isso regozijo-me quando ouço alguém a pôr a boca no trombone. A dizer o que os outros calam. A chamar o nome aos bois. A paciência tem limites. E para certas coisas, nem há margem para a paciência ou a tolerância. É preciso partir a loiça. Deixar para lá a boa educação, os bons termos.

Falo uma vez mais da marcha do emprego organizada pelo Bloco que percorre o país, a denunciar as políticas de emprego do Governo, a máfia de muitos patrões, a desmontar argumentos falaciosos sobre certas “inevitabilidades” e sobre falsas soluções. E neste tempo, "em que as forças parecem falhar", ter a coragem de vir para a rua, ao encontro das pessoas, apresentar propostas novas, modernas, contra a corrente das ideias feitas as velhas teorias de “novas” inteligências é de enaltecer. Para chamar os nomes aos bois, como faz e bem, Francisco Louçã.

Força nisso!

domingo, setembro 3

Letras com garfos para comunistas caviar

Em resposta a este post, que se referira a este, tive esta réplica. Gostei, a sério. Confirmo não ter rebatido nenhuma afirmação do seu post. Mas tenho razões fundadas para não o ter rebatido. Pois é isso. Senti-me “esmagado” perante juízos tão profundos e certeiros. Fiquei incapaz de reagir. Sem palavras. Por isso resisti, não reagi. As minhas desculpas. Sou um bocado intempestivo.

Claro que é “claríssimo” que o Bloco de Esquerda apoia o Governo! E que “tem contrapartidas” do Governo. O “deve ter” original está a mais, foi um lapso… claro que tem contrapartidas! Também, como objectar a que o Bloco defende as “salas de chuto”? Não posso! Claro que defende as “salas de injecção medicamente assistidas”!.. É a mesma coisa, não é? Mas se calhar, talvez tenham razão. Se calhar o melhor é banir essa gente. Afinal, não trabalham, não produzem, são um encargo para o Estado. E além disso são perigosos, criminosos, dão mal aspecto, talvez seja melhor, mesmo deixá-los nas ruas como cães vadios. Talvez…

E depois como defender-se da acusação gravíssima de que os bloquistas, pretendem a profissionalização da prostituição (especialmente da masculina, vejam lá). Confesso que nunca vi uma posição do Bloco sobre isso, mas dou de barato. A prostituição não existe em Portugal, como sabem. Ou será que existe, aí por todas as ruas e caminhos, em cada aldeia, vila ou cidade?
A esta não respondi confesso com medo de comprometer o Bloco. Sim, porque eu sou a voz do Bloco! Não acreditam? Leiam aqui (mais, é só procurar) … as minhas posições ou de outros, (vá lá, para não ser tão convencido), são as posições do Bloco. Nós não temos opinião própria, somos um corpo monolítico, impera um único pensamento. Pois então a minha posição é a seguinte: Sim, sou a favor da profissionalização da prostituição! Não quero tapar os olhos com uma peneira. A prostituição existe. Não há que negar. Preferia que não existisse. Que as mulheres não precisassem ou fossem obrigadas a vender o corpo. Preferia que fizessem amor ou sexo por amor ou prazer, mas não por dinheiro. Em nome da sua dignidade humana. Esclarecido!...

Sobre a questão do casamento ou adopção de crianças por casais homossexuais que dizer mais que não se saiba. Sou liberal nos costumes. Casem como quiser, onde quiserem, com quem quiserem. O amor não tem sexo. Ama-se e pronto. E as crianças que tenham todo o amor do mundo por parte dos adoptantes. Que sejam educados com carinho, no respeito, na diversidade. Tantas crianças abandonadas e tanto preconceito.

Aborto sim! DESPENALIZAR já! E por mim quando o casal quiser, devidamente acompanhados e aconselhados por médicos e psicólogos e feito em condições de segurança e salubridade em clínicas ou hospitais. Abortar por amor. Satisfeito!...

Sobre a pedofilia, nem merece resposta tão nojenta é a afirmação. Salve-se a candura com os pobrezinhos, coitadinhos. Uma cana de pesca para todos, já!

Depois de tecer tão simpático comentário ao PCP e às suas (do PCP) posições sobre o aborto, a eutanásia, a religião, percebo o sentimento que nutre pelo Bloco. Mas penso que o PC não lhe agradecerá... é venenoso.

Fica o "comunismo caviar", para o fim. São frases feitas, para desvalorizar um partido. Percebe-se a profundidade da argumentação. Na parte que me toca. Trabalho, oficialmente, desde criança (treze anos ainda se é criança), venho de famíla, não modesta, mas pobre. Comi a sopa da misericórdia, as sobras de restaurantes, estive num recolhimento de crianças com dificuldades financeiras durante uns tempos, andei descalço e de ranho no nariz, a minha casa era, simultaneamente, uma casa de sucata, vivi e dormi em chão de terra preta, estudei à noite, trabalhei sempre. Cumpri sempre os meus deveres cívicos. Se todos os "comunistas caviares" forem assim, muito bem, são bem-vindos... se a maioria são da classe baixa, média, ou média alta, pouco me importa. Se comem bem, se dormem melhor, se se vestem com gosto, têm um bom carro, se tudo isto acontece, sem ostentação, sem provocação... tanto melhor. Sem invejas, sem egoísmo, agora também, não me queixo muito, pessoalmente não estou mal. Também não sou muito exigente para comigo. Mas se para além disso, se esses "comunistas caviares" ainda se preocupam com a miséria social, com a hipócrisia desta sociedade e lutam por melhores condições para todos, só merecem o meu respeito e admiração. Apenas e não é pouco. E isto serve para toda a gente de todos os estratos sociais ou partidários.

Será que desta vez respondi?

Em frente, marche!

O Jumento, (um blogue que aprecio e recomendo), em tom jocoso, descreve a marcha pelo emprego do Bloco de Esquerda como um três em um: A peregrinação a Fátima pela “postura” quase religiosa, o movimento dos sem terra no Brasil pelo “ar” combativo, a classe média pelas sapatilhas Nike ou as calças e camisolas Timberland dos participantes.

Está bem conseguida esta imagem. Como brincadeira.

Mas o problema do emprego, não é uma brincadeira. O emprego num país a sério deveria ser pleno. Para mim é uma iniciativa, séria, empenhada, inovadora, para chamar a atenção para um problema grave na sociedade portuguesa. Consigo imaginar o drama de famílias com filhos, marido ou mulher, ou ambos, desempregados; consigo imaginar as fábricas a fecharem e os trabalhadores desesperados; consigo imaginar os pais, depois de tantos sacrifícios, verificaram que não serviu de nada investir nuns cursos superiores, porque não há empregos; ao mesmo tempo, consigo imaginar os patrões, a fechar empresas e a comprar os últimos modelos de potentes carros; consigo imaginá-los nas maiores trafulhices, vigarizando o Estado; consigo imaginá-los a comer ou a passar férias nos melhores hotéis e locais do mundo, enquanto preparam mais despedimentos; consigo imaginar, a engendrar planos, para sacar, mais uns tostões, à custa dos trabalhadores, para rechear mais as carteiras; consigo vê-los a retirar direitos sociais, a quererem que se trabalhe mais, ganhe menos e em piores condições; consigo…; consigo…; consigo …;

Por isso vale muito esta iniciativa. Para desmascarar. Para denunciar. Para esclarecer. Para combater. Para apresentar propostas. E enquanto alguns, por esse país fora, preparam estas jornadas, outros caminham pelas ruas, vão às empresas, contactam com os trabalhadores, fazem sessões públicas, em torno da bandeira do emprego, com esforço físico, palmilhando milhares de quilómetros de estrada em dezassete dias, como o deputado Francisco Louça, nós, alguns de nós, muitos de nós, estamos tranquilamente, a apontar mal as nossas "baterias de criticas", a escolher mal o alvo. No que me toca pesa-me algum comodismo, impeditivo de participar de “corpo” inteiro nesta jornada até ao fim.


Força companheiros!

sábado, setembro 2

Ah, valente!

Em passagem pelo esquerda.net encontrei este video excepcional, legendado em castelhano, de uma entrevista concedida por George Galloway (deputado inglês, eleito pela plataforma RESPECT) ao canal Sky News.

Fiquei impressionado com a frontalidade com que George Galloway respondeu à entrevistadora, sem diplomacias ou rodeios. Desmontando a manipulação informativa, não dando tréguas, insistindo, persistindo, chamando de tonta à jornalista. Excelente momento de televisão.

Que diferença com os nossos políticos em Portugal! Apenas encontro paralelo no Francisco Louçã. E já tenho saudades da garra do Louçã, do Louçã repentista, de um Louçã, ainda mais acutilante.

Ver vídeo aqui em baixo.



A prova que faltava: o ridículo é mesmo as cartas de amor.

Os novos monstros.

Houve um tempo em que os comunistas, comiam criancinhas ao pequeno-almoço e davam injecções atrás das orelhas aos velhotes para eles morrerem. Agora, os monstros são outros. São comunistas, na mesma, mas travestidos. Querem salas de injecção medicamente assistidas para a escumalha dos drogados. Querem legalizar as drogas; profissionalizar a prostituição masculina e feminina;instituir o casamento e adopção de crianças por homossexuais; liberalizar o aborto e a eutanásia; permitir a pedofilia. Sim, permitir a pedofilia, agora ou mais tarde.

Aos pobrezinhos coitados... a esses, querem abandoná-los!

Esses comunistas travestidos, sãos os gajos do Bloco de Esquerda. São eles que que estão por trás disto tudo. São eles que manobram o governo. São eles que espalham estas ideias. São uns novos monstros.

Pessoas como estas do Bloco deveriam ser escorraçadas! Que ódio!

(mais coisa menos coisa, é isto que
estes querem dizer)

sexta-feira, setembro 1

Marcha pelo Emprego


Não sou um homem de partidos, definitivamente. Apesar de estar filiado no Bloco de Esquerda. Mas sou um homem de causas, decidadamente. Por isso, logo, vou estar em Braga a apoiar a marcha pelo emprego do Bloco de Esquerda. E amanhã, se um "compromisso" não for impeditivo, estarei também em Guimarães.

Não me façam perguntas, hoje.

IF ...

Se agora fosse
o dia
que não veio
e eu fosse, ainda,
o mesmo
que não sou,
seria a madrugada,
apenas,
um anseio
dum sonho
morto a meio
que o pôr do sol
sonhou ...


Alfredo Reguengo
Poemas da resistência