sábado, maio 13

Jerónimo de Sousa e o Bloco

Jerónimo de Sousa disse ao Diário de Notícias, de 11 de Maio, que “o problema do Bloco é falta de ideologia”. Está certo!

De facto, o Bloco não tem a ideologia dominante da China. É verdade, o Bloco é contra o partido único, a fusão entre o partido e o Estado, a fusão entre o partido o Estado, o poder económico, legislativo e judicial, ou a fusão entre estes todos e o exército.

O Bloco é contra a pena de morte, a violação dos direitos humanos, e que um qualquer comité central possa mandar prender ou matar. Em Cuba, em Portugal, na China ou nos EUA.


O Bloco de Esquerda “tem causas e bandeiras”. Está certo.

Tem a causa dos trabalhadores e entende que o trabalho estrutura a posição das pessoas na sociedade. O Bloco defende a centralidade do trabalho mas não a confunde com centralidade sindical. O Bloco não é dono de nenhuma causa ou entidade sindical e entende que uma CGTP mais democrática, forte e independente é bom para os trabalhadores e para a luta social. Ao contrário de outros que fazem blindagem de estatutos de sindicatos – para que mais ninguém possa concorrer – se eternizam em lugares a tempo inteiro e entendem que o sindicato é a correia de transmissão do partido.

O Bloco defende a causa do respeito pelos direitos de todas as pessoas, seja por orientação sexual, género, classe ou etnia. O Bloco defende as causas da paz e da liberdade. O Bloco defende as causas do ambiente e dos direitos dos animais… porque o socialismo só o será se for expressão da libertação e da resolução de todas as contradições sociais.


O BE “não tem um projecto”. Está certo.

O Bloco é um partido plural e aberto, entende o socialismo como um objectivo mas sobre o qual há visões plurais e patrimónios diferenciados que a vida e a luta social esclarecerá.


O Bloco “tem uma ciumeira em relação ao PCP”. Está certo.

O BE não faz acordos com o PSD por esse país fora para ter lugares em conselhos de administração de empresas municipais ou em simples mesas de assembleias municipais ou de freguesia. E que ciúmes!


Victor Franco

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