A vitória da luta contra o Contrato Primeiro Emprego, na França, tem um enorme valor político. É verdade que a França tem tradição de cidadania e luta social. No entanto, a luta contra o CPE trouxe para a rua trabalhadores e estudantes, gerações diferentes, sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos.
A participação da juventude foi assinalável. As manobras organizadas pela polícia, que infiltra elementos violentos para causar distúrbios, aliadas aos grupos que entendem que a revolução faz-se da violência gratuita e sectária ficaram politicamente isoladas, apesar da mediatização das imagens. A reacção da direita que proclamou o direito a ir às aulas não passou de escassas centenas de pessoas que se juntaram meia dúzia de vezes.
A demagogia de que a precariedade e o despedimento arbitrário é que criam postos de trabalho ficou reduzidas a cinzas com as manifestações de centenas de milhares e milhões de pessoas. É a argumentação neoliberal que, em nome da competitividade e da modernidade, acusa os trabalhadores de serem os responsáveis pelo desemprego pois recusam-se a trabalhar por salários diminutos e sem direitos.
Pelas informações que nos chegam pela imprensa, também a mobilização sindical foi muito positiva. Num país em que apenas 8% dos trabalhadores são sindicalizados, a mobilização da classe trabalhadora - em solidariedade com a juventude - é política e ideologicamente assinalável. Houve um momento em que pareceu que alguns sindicatos, daqueles que a gente sabe, se aprestavam para negociar um mal menor e partir a mobilização social. Mas esta não lhes deu espaço.
A vitória é tanto mais significativa quanto o facto de que uma derrota deveria significar a europeização do CPE. A derrota significaria que o CPE se espalharia como mancha de óleo.
No momento seguinte ao recuo da burguesia europeia na Directiva de Bolkestein a vitória contra o CPE consolida uma imagem de que é possível ter vitórias contra o neoliberalismo.
E aqui, neste pequeno rectângulo do fim da Europa, esta vitória tem um enorme significado e por certo ajudará um pouquinho, pequenininho eu sei, na luta social.
Da França ou da Itália, os ventos que nos chegam da Europa são mais agradáveis.
Victor Franco
A participação da juventude foi assinalável. As manobras organizadas pela polícia, que infiltra elementos violentos para causar distúrbios, aliadas aos grupos que entendem que a revolução faz-se da violência gratuita e sectária ficaram politicamente isoladas, apesar da mediatização das imagens. A reacção da direita que proclamou o direito a ir às aulas não passou de escassas centenas de pessoas que se juntaram meia dúzia de vezes.
A demagogia de que a precariedade e o despedimento arbitrário é que criam postos de trabalho ficou reduzidas a cinzas com as manifestações de centenas de milhares e milhões de pessoas. É a argumentação neoliberal que, em nome da competitividade e da modernidade, acusa os trabalhadores de serem os responsáveis pelo desemprego pois recusam-se a trabalhar por salários diminutos e sem direitos.
Pelas informações que nos chegam pela imprensa, também a mobilização sindical foi muito positiva. Num país em que apenas 8% dos trabalhadores são sindicalizados, a mobilização da classe trabalhadora - em solidariedade com a juventude - é política e ideologicamente assinalável. Houve um momento em que pareceu que alguns sindicatos, daqueles que a gente sabe, se aprestavam para negociar um mal menor e partir a mobilização social. Mas esta não lhes deu espaço.
A vitória é tanto mais significativa quanto o facto de que uma derrota deveria significar a europeização do CPE. A derrota significaria que o CPE se espalharia como mancha de óleo.
No momento seguinte ao recuo da burguesia europeia na Directiva de Bolkestein a vitória contra o CPE consolida uma imagem de que é possível ter vitórias contra o neoliberalismo.
E aqui, neste pequeno rectângulo do fim da Europa, esta vitória tem um enorme significado e por certo ajudará um pouquinho, pequenininho eu sei, na luta social.
Da França ou da Itália, os ventos que nos chegam da Europa são mais agradáveis.
Victor Franco
Sem comentários:
Enviar um comentário