segunda-feira, abril 24

A madrugada de Abril


Hoje decidi colocar aqui a imagem de um autocolante de Otelo Saraiva de Carvalho, lançado por altura da sua primeira candidatura a Presidente da República. Foi um autocolante que saiu com defeito.

O percurso de Otelo, pós 25 de Abril, também foi tortuoso, como foi o de muitos de nós, empenhados que estavamos em garantir as liberdades e impedir que o fascismo voltasse. Otelo, cometeu muitos erros, sem qualquer dúvida, mas era um homem, entregue à causa das liberdades, de forma generosa e empenhada.

Com o fim do movimento de unidade popular (MUP) abandonei os GDUPs num "congresso" no Palácio de Cristal no Porto. Por essa altura, como membro da Comissão Distrital e na sequência de uma manifestação a exigir a libertação de Otelo, que tinha sido preso, fomos, todos os dirigentes do movimento em Viana do Castelo, processados pelo Governador Civil e pela primeira vez e até hoje única, sentei-me no banco de um tribunal. Acabamos por ser condenados a dois anos de prisão, com suspensão da pena.


Para mim, Otelo Saraiva de Carvalho, foi e ainda é hoje, o maior símbolo vivo do 25 de Abril.


Este ano, como habitualmente vou ao almoço de comemoração do 25 de Abril e vou estar presente, na primeira iniciativa de um grupo de cidadãos "Madrugada de Abril" no Café-Teatro, numa Ceia: Abril de novo - memórias, sons e imagens de uma noite. Espero que seja uma noite bem passada, numa tertúlia entre homens de Abril e filhos de Abril que vai decorrer, entre as 0:00h e as 4:00h.

25 de Abril, sempre!

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