Eu não acredito no efeito das taxas moderadoras, nas urgências. Acho que não moderam nada.
A taxas moderadoras servem apenas para financiar o serviço nacional de saúde. O que isto vai constituir é mais um encargo para o orçamento das empobrecidas famílias. Os ricos não vão às urgências. Os ricos, tem médicos e hospitais particulares para recorrerem em caso de urgência.
O serviço de triagem nas urgências dos hospitais é que devia ser o verdadeiro serviço moderador. É para isso que existe. Definir prioridades no atendimento nas urgências. E deveria dizer que não é urgente o que não é urgente e recomendar uma consulta externa.
Mas aqui coloca-se um problema que não é resolvido satisfatóriamente: e quando tempo demora a realizar-se essa consulta? E quanto vai custar mais (também vai ser aumentada)? E que meios auxiliares de diagnóstico dispõem esses serviços?
O sistema modera-se se houver médicos de familia para todos e em quantidade suficientes, centros de saúde funcionais e bem equipados, consultas rápidas e com médicos especialistas. Tal como funciona actualmente o sistema de saúde, as pessoas não encontram outros meios, que não seja, usarem subterfúgios para resolver os seus problemas. Quem está doente acha sempre que é urgente!
O que tem de haver é uma aposta séria na reformulação do modelo de funcionamento, na reactivação de centros de saúde, na formação de novos médicos e na construção de hospitais a sério, onde são mais que necessários. Todos sabemos que os nossos cuidados de saúde são frágeis.
Em minha opinião, com o aumento das taxas moderadores, fica tudo na mesma. Apenas a saúde fica mais cara aos pobres, quando deveria ser tendencialmente gracioso, segundo a constituição.
O Governo dá-nos remédios (de remediar).
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