quarta-feira, março 29

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Metade


Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim
Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será que você está agora?

Adriana Calcanhoto


Hoje é o funeral de um ex-colega de trabalho de mais de 30 anos. Reformou-se, cedo, práticamente ao mesmo tempo que eu. Em pouco mais de dois meses, descobriu por mero acaso que tinha uma doença fatal. Foi-se. Adeus amigo, André.

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