sexta-feira, março 10

Opa da PT (parte não sei quantas)

A administração da PT declarou guerra à OPA hostil da Sonaecom. Reage tarde e a má hora. É curioso ler o Zeinal Bava, em entrevista ao Jornal de Negócios, dizer que esta OPA hostil foi um "toque de despertar" à PT o que é um reconhecimento claro, de que até aqui têm andado a dormir.

Eu já tinha dado por isso enquanto lá estive. A sério.

Aliás, tirando os próprios administradores e o governo, todos tínhamos dado por isso. Viviam à sombra de uma concorrência fraca e de consumidores pouco exigentes. Inspirados em Galileu, Galilei, "entregaram" a PT às leis da física; "À falta de uma força ou forças para impedi-lo, os corpos não sofrem alterações, tanto em movimento... como em repouso.

Agora acordaram! Finalmente. Mas acordaram virados para o lado contrário. À OPA da Sonaecom, fogem para a frente, esperando-se que há frente... não esteja o precipício.

Conforme já foi anunciado por Horta e Costa e nesta entrevista ao J.Negócios, é reafirmado pelo cérebro destas operações, Zeinal Bava: "
Aos trabalhadores também vão ser pedidos sacrifícios salariais".

As outras medidas já são conhecidas; mais endividamento em todas empresas do grupo, recomprar acções próprias, vender activos no Brasil, Macau, África; fazer um corte agressivo de custos; separar o negócio de grosso e retalho na rede fixa.

E isto pra quê? Para melhorar a qualidade do serviço, baixar os preços aos consumidores, dar melhores condições aos trabalhadores? Não! Claro que não!

Estas medidas são para para "remunerar mais os accionistas"!

A proposta de aumento dos dividendos aos accionistas já aí está, mais de dois dígitos de aumento. E os trabalhadores aguentem com os "sacrifícios salariais" e outros que irão aparecer. Nem sequer negociações tem havido quando os aumentos salariais já deveriam ter início em Janeiro.

É interessante observar que em videoconferência alargada a todas as empresas do grupo, em Portugal e no Estrangeiro, logo após o anuncio da contra OPA da admnistração da PT, Horta e Costa ao contrário do que era hábito, já não se referiu aos trabalhadores, como colaboradores, mas sim, como pequenos accionistas. Percebe-se a estratégia: como não queriam dizer que os trabalhadores vão ficar a perder neste "negócio", o melhor é dar-lhes a ilusão de são accionistas e que nessa qualidade ficam a ganhar. Puro ilusionismo.

Que venha a contra OPA à contra OPA da administração da PT. Não se espera melhor, mas enfim... pelo que se ouve e lê, já há mais três empresas americanas a preparar a sua. Falta-lhes o parceiro nacional.

Aguentem pessoal!

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