Muita gente se afirma de esquerda e muito pouca de direita. Foi quase sempre assim. As pessoas de direita quase nunca se assumiram. Quando muito lá conseguiam dizer-se do centro, centro esquerda. No período imediatamente pós 25 de Abril, ainda se percebia. A situação era quente e a direita era associada a um retorno ao regime fascista. Muitos anos se passaram depois mas a direita sempre teve vergonha de se assumir. Já não era por medo. Não tinham razões para isso. Problemas de consciência, decerto. Se alguém teria motivos para esconder as suas preferências politica/partidárias eram (são) as pessoas de esquerda, em particular aquelas que trabalham no sector privado.
Há uns cinco anos, mais ano, menos ano, apareceram para aí uns ideólogos da direita, uns com alguns anos de militância politica na extrema-esquerda, “convertidos”, outros mais novos, com manias de uma superior capacidade intelectual, a dar algumas lições com toda a sua sabedoria arrogante e cheia de certezas, aprendida não sei em que manuais.
São os herdeiros dos grandes valores intocáveis do conservadorismo expressos na trilogia, Deus, Pátria, Família e agora também de George W. Bush. Eles estão por aí nos jornais, televisões e nos blogues na sua cruzada contra as causas “modernas” como a liberalização dos costumes e da moral cristã.
Para eles as novas exigências civilizacionais, neste país ainda tão conservador, contra o atraso e a ancestralidade, como a despenalização do aborto, a paridade entre homens e mulheres, os direitos civis dos homossexuais, a mudança de políticas sobre as drogas ou as lutas pela igualdade, são estratagemas perigosos que visam contaminar a opinião pública e “destruir” os referenciais dos valores da família e dos valores cristãos.
O que eles não querem é que a sociedade se desenvolva, através da participação e da escolha democrática, para manterem o seu domínio, influência e o “controle” sobre as populações. A estas está reservado o papel de apenas irem votar. Até às eleições podem ficar descansados "eles" tratam dos seus problemas.
Hoje uma cultura moderna desafia a laicização do Estado, uma sociedade inclusiva, uma melhor redistribuição, como forma de justiça social. Esta é uma grande transformação cultural e social que apela a todas as forças a romperem com o conservadorismo retrógrado.
Só uma esquerda moderna - entre um Partido Socialista prisioneiro de uma agenda de governação neo-liberal e um Partido Comunista, fechado e rígido na sua estrutura e hierarquia, e com ambição de controlo e domínio de sindicatos e movimentos associativos, numa lógica de lutas selectivas, conforme o seu calendário partidário– em que a ideia de socialismo se afirme por uma visão do mundo, onde a intervenção e participação dos cidadãos, não se reduza à condição de consumidores e produtores, mas interfira na ideia feita de subaternização, do domínio e da representação às elites que decidem por eles, pode convocar uma democracia exigente, sobre todas as escolhas sociais fundamentais e reclamar a responsabilidade individual na opções privadas de vida.
Só este caminho que rejeita a ideia do controlismo partidário -que está provado enfraquece o movimento popular e só é convocado, para servir de carne para canhão e o rompimento com o centrão politico da governação neo-liberal- se pode interpelar todas as pessoas e forças de esquerda a novas referências em contraponto à politica tradicional dos partidos tradicionais, é o capaz de mobilizar a convergência da esquerda social e política, enquanto espaço plural e democrático para uma nova cultura de esquerda de combate e de exigência cívica.
Há uns cinco anos, mais ano, menos ano, apareceram para aí uns ideólogos da direita, uns com alguns anos de militância politica na extrema-esquerda, “convertidos”, outros mais novos, com manias de uma superior capacidade intelectual, a dar algumas lições com toda a sua sabedoria arrogante e cheia de certezas, aprendida não sei em que manuais.
São os herdeiros dos grandes valores intocáveis do conservadorismo expressos na trilogia, Deus, Pátria, Família e agora também de George W. Bush. Eles estão por aí nos jornais, televisões e nos blogues na sua cruzada contra as causas “modernas” como a liberalização dos costumes e da moral cristã.
Para eles as novas exigências civilizacionais, neste país ainda tão conservador, contra o atraso e a ancestralidade, como a despenalização do aborto, a paridade entre homens e mulheres, os direitos civis dos homossexuais, a mudança de políticas sobre as drogas ou as lutas pela igualdade, são estratagemas perigosos que visam contaminar a opinião pública e “destruir” os referenciais dos valores da família e dos valores cristãos.
O que eles não querem é que a sociedade se desenvolva, através da participação e da escolha democrática, para manterem o seu domínio, influência e o “controle” sobre as populações. A estas está reservado o papel de apenas irem votar. Até às eleições podem ficar descansados "eles" tratam dos seus problemas.
Hoje uma cultura moderna desafia a laicização do Estado, uma sociedade inclusiva, uma melhor redistribuição, como forma de justiça social. Esta é uma grande transformação cultural e social que apela a todas as forças a romperem com o conservadorismo retrógrado.
Só uma esquerda moderna - entre um Partido Socialista prisioneiro de uma agenda de governação neo-liberal e um Partido Comunista, fechado e rígido na sua estrutura e hierarquia, e com ambição de controlo e domínio de sindicatos e movimentos associativos, numa lógica de lutas selectivas, conforme o seu calendário partidário– em que a ideia de socialismo se afirme por uma visão do mundo, onde a intervenção e participação dos cidadãos, não se reduza à condição de consumidores e produtores, mas interfira na ideia feita de subaternização, do domínio e da representação às elites que decidem por eles, pode convocar uma democracia exigente, sobre todas as escolhas sociais fundamentais e reclamar a responsabilidade individual na opções privadas de vida.
Só este caminho que rejeita a ideia do controlismo partidário -que está provado enfraquece o movimento popular e só é convocado, para servir de carne para canhão e o rompimento com o centrão politico da governação neo-liberal- se pode interpelar todas as pessoas e forças de esquerda a novas referências em contraponto à politica tradicional dos partidos tradicionais, é o capaz de mobilizar a convergência da esquerda social e política, enquanto espaço plural e democrático para uma nova cultura de esquerda de combate e de exigência cívica.
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