A França está em polvorosa por causa do contrato primeiro emprego (CPE). Os jovens estão na rua. Os movimentos estudantis, as organizações sindicais, mobilizaram nos últimos dias mais de dois milhões de pessoas que vieram protestar contra a excessiva precarização do emprego jovem.
Há quem considere que a proposta de primeiro emprego que concede às entidades patronais a possibilidade de nos dois primeiros anos, despedir o jovem trabalhador, quando quiser e lhe apetecer, vem promover a criação de mais emprego e fixar os melhores.
É um discurso a que já estamos habituados. Os patrões provavelmente acham ainda pouco. O ideal, para muitos, era que não houvessem regras e direitos dos trabalhadores. Direitos são privilégios, consideram eles.
De repente, dou comigo a pensar no Operário em Construção, de Vinícius de Morais, “dou-te todo esse poder/ e a sua satisfação/ porque a mim me foi entregue/ e dou-o a quem eu quiser/ dou-te tempo de lazer/ dou-te tempo de mulher/ tudo o que vês/ será teu se me adorares/ e ainda mais se abandonares/ o que te faz dizer não.”
Pois é. Eles dão-nos. Dão-nos o emprego. Dão-nos o dinheiro. Dão-nos a saúde. Dão-nos a educação. Eles dão-nos tudo e nós ingratos ainda resistimos. Não pode ser assim. Somos mesmo uns ingratos
O que está em causa em França, não é uma simples alteração de legislação de trabalho. É um modo de vida. É um estilo. O capitalismo quer mais, sempre mais. “Eles” estão sempre em grandes dificuldades, em crise, atravessam imensos problemas. E por isso querem mais. Mais precariedade, mais horas de trabalho, menos direitos sociais, sem baixas médicas, sem férias, sem sindicatos e menores salário. "Eles" querem o impossível. O paraíso na terra!
Aos jovens é-lhes negado, contudo, o direito ao sonho. A dar o primeiro passo na vida organizada. A pensar em comprar casa, carro, casar, ter filhos. Pensar o futuro, enfim.
Há quem considere que a proposta de primeiro emprego que concede às entidades patronais a possibilidade de nos dois primeiros anos, despedir o jovem trabalhador, quando quiser e lhe apetecer, vem promover a criação de mais emprego e fixar os melhores.
É um discurso a que já estamos habituados. Os patrões provavelmente acham ainda pouco. O ideal, para muitos, era que não houvessem regras e direitos dos trabalhadores. Direitos são privilégios, consideram eles.
De repente, dou comigo a pensar no Operário em Construção, de Vinícius de Morais, “dou-te todo esse poder/ e a sua satisfação/ porque a mim me foi entregue/ e dou-o a quem eu quiser/ dou-te tempo de lazer/ dou-te tempo de mulher/ tudo o que vês/ será teu se me adorares/ e ainda mais se abandonares/ o que te faz dizer não.”
Pois é. Eles dão-nos. Dão-nos o emprego. Dão-nos o dinheiro. Dão-nos a saúde. Dão-nos a educação. Eles dão-nos tudo e nós ingratos ainda resistimos. Não pode ser assim. Somos mesmo uns ingratos
O que está em causa em França, não é uma simples alteração de legislação de trabalho. É um modo de vida. É um estilo. O capitalismo quer mais, sempre mais. “Eles” estão sempre em grandes dificuldades, em crise, atravessam imensos problemas. E por isso querem mais. Mais precariedade, mais horas de trabalho, menos direitos sociais, sem baixas médicas, sem férias, sem sindicatos e menores salário. "Eles" querem o impossível. O paraíso na terra!
Aos jovens é-lhes negado, contudo, o direito ao sonho. A dar o primeiro passo na vida organizada. A pensar em comprar casa, carro, casar, ter filhos. Pensar o futuro, enfim.
Os governantes, os donos do poder e do dinheiro, deviam olhar com outros olhos para estes milhões de pessoas que deixaram o “conforto” do sofá, da paz social, da aquietação, do comodismo e vieram para a rua protestar. E manifestam-se em alguns casos violentamente. Não venham dizer-nos que quem se expõe assim, está enganado, que não percebe a bondade das propostas dos governantes, que estão ser manipulados. Chega dessa treta!
As pessoas querem ter uma vida tranquila, sem inquietude no serviço público, querem emprego com direitos e não uma lei da selva, querem estabilidade e não insegurança, querem trabalhar em sossego e melhor qualidade de vida. É pedir muito? Não, não é. É o mínimo exigível a quem está no mundo, quer trabalhar e ter uma vida digna. Com direitos e deveres, mas com decência. Empenhem-se nisso os nossos governantes e patrões e tudo seria diferente.
A dignidade não tem preço e o sonho também não tem limite!
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