"Hoje, no interior dos partidos do poder, a grande luta é ser um elemento, próximo dos homens que dominam o poder local", foi com estas palavras ou outras no mesmo sentido que Pacheco Pereira na quadratura do círculo, se referiu às relações que se estabelecem, cada vez mais no interior dos partidos do poder. Disse e eu concordo. Absolutamente!
Aliás já aqui o tinhamos referido. Nem é propriamente uma novidade. A novidade é ser dito por Pacheco Pereira, alguém que conhece bem os meandros do poder e dos jogos de influência e ter ainda acrescentado que esta disputa interna, passou a ser mais importante, do que a de um bom lugar nas listas para as eleições de deputados. Significativo.
Convém pois, ser amigo do Presidente, ou amigo dos amigos do Presidente.
É no poder local que se consegue mais facilmente um emprego, para o próprio, um familiar ou um amigo. Ou um lugar de direcção nas empresas municipais existentes ou a criar. É aí que se tem acesso às alterações previstas nos PDM's e se fazem grandes negócios de terrenos. É aí que se detém influência e poder que trazem dividendos.
É por isso é importante estar atentos às alterações à lei das finanças locais. Estar atentos às novas competências municipais. Estar atentos aos mecanismos de controle popular do poder local. Muito se decide e muitas relações perigosas se estabelecem, no âmbito do poder local.
Principalmente, agora que as Câmaras, vão ter nas mãos, o poder de baixar os impostos de IRS dos seus munícipes. As alterações às leis de finanças locais, não pode passar só por dar mais poder e mais responsabilidades ao poder local. Também é preciso reforçar os mecanismos de controle da gestão autárquica, avançar com uma gestão participada pelas populações e reforçar o poder das assembleias municipais. Senão corremos o risco de acontecerem (mais) casos de corrupção e compadrio.
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