quinta-feira, julho 27

O Líbano e o império

“A ONU entrou 10 vezes em contacto com as tropas israelitas para que suspendessem os ataques contra o posto da Força Interina da ONU no Líbano (FINUL), situado na localidade de Al Khiyam (sul), antes do derradeiro ataque que causou a morte de quatro dos seus observadores, indica um relatório da ONU”, relata o “Diário Digital”.

“Duas ambulâncias foram atingidas por dois mísseis israelitas”, relata o “Pùblico”.

“A principal organização israelita de direitos humanos, B’tselem, acusou as forças israelitas de estarem a usar civis palestinianos como escudos humanos nas suas operações no Norte de Gaza”. Relata também o “Público”.

A selectividade do agressor israelita é tal que continua a acertar em cheio na população civil e a mortandade em massa está já garantida.

Mas, mais do que isso, Israel decidiu dar uma mensagem ao mundo: o bombardeamento da ONU significa que Israel não reconhece nenhuma autoridade mundial, nenhuma ordem mundial, a não a ser que Israel e os EUA impõem. Israel não respeita sequer os voluntários da Cruz Vermelha.

O império joga tudo por tudo na radicalização da guerra. O império quer uma guerra em larga escala. Começa a cercar a Síria e o Irão. Pretende colocar uma força de “interposição” para fazer o seu trabalho sujo, para envolver novos países na guerra, ao serviço do império, para poupar energias para atacar o Irão e a Síria.

A guerra em larga escala faz esquecer os astronómicos défices comerciais norte-americanos financiados pela gigantesca “máquina de fotocópias” do dólar do governo dos EUA. A guerra em larga escala ajudará a conquistar os territórios que ainda resistem à ocupação comercial das transnacionais e à rapina do petróleo.

A guerra em larga escala ajudará a subir o preço do dólar e a constância da sua procura, posto em causa por iranianos, venezuelanos, e antes pelos iraquianos, pela tentativa de transferência da moeda de comercialização do ouro negro do dólar para o euro.

O mundo pode estar a caminho de um brutal e gigantesco colapso, de uma gigantesca destruição de meios de produção, de uma guerra ou de uma crise colossal. Um colapso vindo de uma guerra generalizada no médio oriente ou um colapso vindo do próprio colapso do dólar.

Ao mesmo tempo, a guerra dá popularidade a todos os fundamentalismos. Esse é outro grande objectivo do império. Fazer os fundamentalismos derrotar a democracia, a pluralidade e os direitos humanos.

Victor Franco


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