quarta-feira, julho 5

Ontem

Ontem não li nenhum jornal. Não tive tempo para comprar ou ler jornais, nem tão-pouco, as notícias on-line. Também, não ouvi os noticiários. Acontece. Hoje dei um olhar pelos meus blogues do costume e o que de mais relevante foi escrito, os jornais retomaram, hoje, os mesmos temas. Não perdi nada, portanto. Deixei de gastar apenas os meus 1, 75 € habituais. Os jornais, tal como as televisões, repetem à exaustão as notícias, sem acrescentar nada de novo. Talvez opte por começar a comprar os meus jornais, só de dois em dois dias.

O que li e me arrepiou, foi uma vez mais a vergonha da criminalização do aborto clandestino. Voltou à páginas dos jornais pelos piores motivos; a condenação de várias mulheres que abortaram. Como se a condenação, resolvesse algum problema. Uma vergonha. Lamentavelmente, os partidos de direita e sectores católicos, não querem resolver o problema. Inacreditável é também a posição do PCP e as suas guerras partidárias, par conquista de posições oo potencialmente votos, ao tentar implicar o Bloco de Esquerda, na não resolução do problema. Lamentável. Já falei sobre este assunto, mas ainda hei-de voltar a ele. Entretanto vejam aqui as razões do Daniel Oliveira, as quais subscrevo inteiramente.

Pois então, ontem foi assim. Depois de acordar cedo, às 09h00, como é habitual, é cedo não é?...fui ao ginásio. Só perto das 14 horas, ás vezes depois, é que consigo sair de lá. Faço, aqueles exercícios todos, desde a passadeira, bicicleta e também alguns de tonificação muscular. Depois, ainda estou aí uns 10 minutos na piscina, vou ao jacuzzi e tomo um banho retemperador. Muito bom não é? Claro que é! Desculpem lá, mas esta minha reforma veio mesmo a calhar.

Ao chegar a casa, recebo um telefonema de um amigo, o Zé da Lina que há mais de uma semana andava a tentar falar comigo, sem sucesso. Fomos almoçar juntos. Foi uma agradável surpresa, porque para além dele, nesse almoço, estavam outros amigos, alguns que já não via há uns tempos. Bem eram para aí uns sete ou oito. São também, soube depois, os candidatos, da lista A da coordenadora do Minho, às eleições para o meu sindicato, o SINTTAV. Foi um almoço agradável e ainda por cima de borla. Esses meus colegas e amigos, como cheguei tarde, já tinham almoçado, mas não se esqueceram de deixar uma refeiçãoà minha espera. Amigos a sério estes!

Com estes imponderáveis, fui falar com a Adelaide Graça já bastante tarde, para ultimar os pormenores da apresentação do livro do Álvaro de Oliveira, este sábado em Cerveira (pela Lay) e no dia 12 na Feira do Livro de Viana do Castelo, na tenda das tertúlias, apresentado por mim, vejam lá. Esta, não te perdoo-o Álvaro... É uma grande responsabilidade. Que ansiedade e nervosismo… só por ti, eu faço isto. Com tantos escritores, homens e mulheres das letras, críticos literários, foste escolher-me a mim, logo a mim e sem possibilidade de recusa. Bem, espero não te desiludir. Não vamos falhar de certeza. O lado mais frágil é o meu. Mas as coisas estão a andar bem, quanto ao resto.

À noite a Adelaide e o namorado, o Pedro, jantaram na minha casa, uma churrascada de entrecosto, bebemos um bom alentejano e ainda vimos um pouco de futebol e depois fomos assistir a mais um lançamento de dois livros.

O Lançamento dos livros foi um momento muito marcante e muito emotivo. Passo por cima de um dos livros, da Conceição Campos, para me centrar no outro livro. Um livro de memórias e de testemunhos de mais de 40 amigos, poetas, outros escritores, ou simplesmente amigos e companheiros de Ricardo Marques, assassinado em 20 de Junho de 1997, quando estava em missão, como médico sem fronteiras, na Somália. A Conceição Campos é a mãe de Ricardo Marques. Comovente. Estavam dezenas de pessoas, de vários pontos do País e de Galiza, amigos ou admiradores de Ricardo Marques.

A Mãe é espectacular. Um exemplo de alguém que não se entregou ao infortúnio e tem lutado e levado a todas as partes do mundo, as causas nobres em que o Ricardo Marques, esteve envolvido. Com muito fervor, com muito entusiasmo, idolatrando-o. Desde a sua morte que todos os anos publica testemunhos, em livro, sobre o filho.

Ontem anunciou que a família vai criar uma bolsa para estudantes da medicina e a fundação Ricardo Marques. Todo o seu espólio pessoal (de um Ricardo multifacetado e perdidamente solidário), da sua mãe, a escritora Conceição Campos e outros pertences da família e de amigos e com o entusiasmo e o empenho que a mãe põe neste projecto, mais o apoio do Presidente da Câmara, são a garantia de que para o ano, o projecto está em fase de conclusão.

Foi um momento muito emocionante.

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