terça-feira, julho 25

Partido da Esquerda Portuguesa

Este post não é um texto elaborado. Muito pensado. Está a sair. São interrogações. Dúvidas. Inquietações. Decorre de polémicas que aqui e no Troll se têm travado, a propósito de alguns temas que foram trazidos à discussão.

Os protagonistas são, ou foram quase todos, simpatizantes ou militantes do PC ou do Bloco ou de sem partido de esquerda.

Podiam ter sido bons debates. Não o foram. Não têm sido. Descambaram.

Os sectarismos ainda estão latentes, meus amigos.

Os ódiozinhos de estimação estão aí bem presentes. Nuns mais, mas estão em todos.

Não vem mal ao mundo por isso.
Significa que ainda há muito caminho a percorrer.
Que velhos “traumas” ainda não estão ultrapassados.

E é por isso que me surgem estas interpelações:

Será que é possível à esquerda, às várias esquerdas, esquerdas-esquerdas, encontrarem plataformas mínimas de entendimentos, cada vez mais alargadas?

Serão possíveis, entendimentos que conduzam a um partido único, a um Partido da Esquerda Portuguesa, como é o meu desejo?

Que esquerda nova queremos, afinal?

Estamos dispostos a sacrificar os nossos “grupos”?

É possível construir um movimento ainda mais largo e mais aberto?

É possível chamar os renovadores comunistas, os independentes, os votantes de esquerda, doutros partidos a esta nova organização?

Em que domínios e quais os pontos comuns, susceptíveis de unir a esquerda, na prática e concertadamente?

Serão movimentos tipo "Movimento Intervenção Cívica”, Fórum Social, ATTAC, espaços privilegiados e adequados, de discussão, de procura dos caminhos, de reflexão sobre as escolhas fundamentais e prioritárias, da congregação dos esforços para dar forma a actuações mais eficazes?

Esta esquerda quer ser poder? Ou deve apenas preparar-se para ser unicamente oposição, resistir e denunciar?

O que será melhor para as esquerdas?
Fazerem os seus caminhos, separados, mas com entendimentos pontuais?
Ou encontrar formas de intervenção, de discussão e de organização concertadas?

A esquerda é muito plural.
A esquerda não está verdadeiramente definida.
O que é ser de esquerda, hoje?

Mas com seriedade, lealdade, bem intencionadas, as pessoas que desejam o progresso e a melhoria das condições sociais, são capazes se quiserem, de conversar, de criar agendas comuns, na base de acordos, de consensos e avançar para criar uma esquerda maior e melhor do que os somatórios destas esquerdas. Acredito nisso.

O melhor das esquerdas do PS, do PC, do Bloco, dos independentes sem partido.

Não foi, por acaso, a criação do Bloco de Esquerda, com divergências tão acentuadas entre eles, um bom exemplo de como é possível, levantar uma unidade orgânica e funcional? Não está agora, paulatinamente, o Bloco a consolidar-se ideologicamente?

Tenho pressa, amigas e amigos!

O povo pobre tem pressa.
O povo desempregado tem muita pressa.
Os que não têm casa e onde comer, ainda têm mais pressa.

O país precisa de mudar e muito. Precisa de outros rumos. Precisa de novas energias, novas competências, novas lideranças.

Não quero já amanhã o socialismo, depois da amanhã, o comunismo e já neste fim-de-semana o anarquismo.

Mas quero já hoje que nos deixemos de tretas, de discussões estéreis.

Vamos começar a construir o futuro. Força nas canetas!

Nós só queremos que sejam todos felizes! Alguém achará que é pedir muito?

Sou por um grande Partido da Esquerda Portuguesa.

É preciso começar a pensar nisso a sério.

Para esse objectivo contem comigo!


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