Somos um País assim. De chaça.
É a nossa "ditosa pátria minha amada".
As regras foram estabelecidas pelo presidente da Câmara de Lisboa e os partidos aceitaram.
Pois então!
Não se questiona o direito dos Vereadores de terem o seu espaço próprio, instalações condignas, meios humanos e técnicos para desempenharem cabalmente as suas funções.
Isso está previsto na lei 5-A/2002, artigos 73 e 74. A quantidade de pessoas que constituem os seus gabinetes estão defenidas em função do número de eleitores.
Tudo bem, até aqui.
A lei já é omissa quanto aos assessores.
Admito como necessário o recursos a assessores avençados e especialistas, em certas matérias, para pontualmente, dar apoio à vereação em questões iminentemente técnicas.
Não me repugna.
O que me indigna é a proliferação de assessores a tempo inteiro ou parcial;
os valores que a Câmara paga por estes serviços;
a existência de assessores que não são mais que boys do partido, sem qualificações adequadas;
o não recurso ao pessoal existente nos quadros da Câmara para suprir essas necessidades.
São mordomias inconcebíveis. São assessoes e motorista próprio. São escolhas entre os seus.
Até os directores de serviços e as empresas municipais podem contratar assessores. Para quê? Porque não se criam gabinetes de assessoria (para todos) com a prata da casa, se possível?
"Entre os cerca de 100 assessores com contratos de prestação de serviços e avenças, surgem vencimentos anuais de valor apreciável: sete pessoas têm salários entre 60 mil e 63 mil euros, cinco ganham mais de 50 mil euros, 15 contam com um vencimento superior a 40 mil euros, e 28 auferem acima de 30 mil euros. Curiosamente, o assessor com o vencimento anual mais elevado é João Jacinto Romão Correia: 63 058 euros por ano. Já Bruno Ventura, líder da JSD/Lisboa, e João Almeida, ex-líder da JC, ganham 3012 euros por mês. Como os directores municipais e as empresas municipais podem também contratar assessores, a lista total será muito superior."
Uma afronta! E andam, por aí, de tempos em tempos, alguns papalvos de bandeiras na mão, no carro, ou penduradas nas suas residências, por causa do futebol ou da "ditosa pátria".
As nossas bandeiras são outras tenho-o dito.
Deixo-vos com este poema de David Mourão-Ferreira
CAPITAL
Casas, carros, casas, casos.
Capital
Encarcerada.
Colos, calos, cuspo, caspa.
Cantos, castas. Calvos, cabras.
Casos, casos...carros, casas...
Capital
Acumulado.
E capuzes. E capotas.
E que pêsames! Que passos!
Em que pensas? Como passas?
Capitães. E capatazes.
E cartazes. Que patadas!
E que chaves! Cofres, caixas...
Capital
Acautelado.
Cascos, coxas, queixos, cornos.
Os capazes. Os capados.
Corpos. Corvos. Copos, copos.
Capital,
Oh! Capital,
Capital
Decapitada!
Capital
Encarcerada.
Colos, calos, cuspo, caspa.
Cantos, castas. Calvos, cabras.
Casos, casos...carros, casas...
Capital
Acumulado.
E capuzes. E capotas.
E que pêsames! Que passos!
Em que pensas? Como passas?
Capitães. E capatazes.
E cartazes. Que patadas!
E que chaves! Cofres, caixas...
Capital
Acautelado.
Cascos, coxas, queixos, cornos.
Os capazes. Os capados.
Corpos. Corvos. Copos, copos.
Capital,
Oh! Capital,
Capital
Decapitada!
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