domingo, fevereiro 26

Quem somos nós afinal?

A morte bárbara daquele homem, por jovens dos 12 aos 16 anos, homossexual, sem abrigo e sem emprego, toxicodependente e seropositivo, não está relacionado com preconceitos e estigmas bem enraizados na nossa cultura de bota-abaixismo e de suposta superioridade moral e ética?

É que para muita gente, não deixa de ser o paneleiro (ou o maricas como quiserem), o vadio, o malandro que não quer trabalhar, o drogado de merda, o farrapo que emporca a sociedade. Assim como os jovens não deixam de ser uma gangue de deliquentes que deviam ser mortos a tiro.

Quem é capaz de ir mais longe na análise e fazer o enquadramento psico-social deste acontecimento? Porque acontecem, estas coisas e continuamos a olhar para árvore? Não se trata de desresponsabilizar o homem ou as crianças, trata-se de olhar para estes fenómenos com outro olhar e encontrar respostas, saindo dos simplismos a que me refiro acima? O que nos falta fazer?

Somos, apenas, uns tristes, pobres de espirito, com os olhos postos no nosso umbigo e na nossa, suposta, superior condição.

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