segunda-feira, dezembro 5

Apaga a luz

Vem!
Vamos.
Eu quero ir.
Anda.
Vem mesmo assim!
Deixa tudo.
É só uns tempos.
Tu precisas de ir!
Eu quero ir.

Vamos os dois!

Anda conhecer o mundo.
O mundo do outro lado!
Vá!
Anda.
Ao outro lado
Comigo!
Vem!
Vem ver como é
O outro lado!

Não faças de conta
Que não é contigo!
É contigo
é comigo
É com todos!
Vem!

Vem mesmo assim
Eles não são de cerimónias.
Retira só o casaco
Da indiferença.

Vem ver o lado dos que sofrem!

Viste? Pronto!
Agora, deixa-me só!
Deixa-me comigo.

Deixa-me esquecer que existo.
Deixa-me esquecer que estou vivo.
Deixa-me com a minha vergonha!

Isto passa…
Amanhã é outro dia.

Amanhã...
Já estamos do lado de lá.
Podes começar a vestir o casaco
Amanhã é tudo igual.
Tu não viste.
Eu não ouvi.
Nós não vimos nada de mal
Nós vamos continuar a fingir
Nós vamos continuar a mentir!

Cambada de cobardes!
Puta que nos pariu!

Apaga a luz
E deixa-me só!
Já te disse.
Foda-se!
Eu quero ficar só
Ouviste!
Apaga essa merda
Caralho!

1 comentário:

Anónimo disse...

o poema e a escultura são bonitos!