terça-feira, dezembro 6

o debate dos medrosos

Pf... que coisa fraquita

Um debate impróprio para consumo. Nenhum deles disse nada de importante. Um debate morno, defensivo, cheio de lugares comuns. Uma cavaqueira dispensável. Aquilo não foi debate, foi uma entrevista cruzada a dois candidatos. Não posso dizer que me desiludiu porque não esperava muito deles. Apesar disso, acho que Cavaco Silva esteve melhor, mais seguro, desta vez não perdeu por falar. Mas Cavaco Silva não se alarga, diz o mínimo possível, não se compromete. É preciso ir aos detalhes, às entrelinhas para perceber o pensamento daquele homem. É um personagem sombrio, calculista. Não se estica. Perigoso. Ganha votos com aquela pose artificial e fabricada.

Manuel Alegre foi barrete! Frases ocas e vazias. Não sai dos lugares comuns de frase feitas. Tem um discurso redundante que não se estende por falta de engenho e competência. Não tem ideias. Tem horizontes. O discurso e a prática são inconsequentes, cheio de palavras universais da esquerda mas pouco consistente. Manuel Alegre está inebriado pelas sondagens e não confronta, não arrisca, usa a mesma táctica de Cavaco Silva mas com menos precisão. Manuel Alegre podia ser o candidato de muitos cavaquistas se não houvesse Cavaco Silva.

Não gostei, enfim.

Se tivermos em conta o impacto do debate nos eleitores indecisos de esquerda, na minha perspectiva, Manuel Alegre tem nota negativa e Cavaco Silva não conquista votos com o debate. Ao centro Manuel Alegre conseguiu uns apoios e Cavaco Silva, nem perde nem ganha. Portanto um empate em termos de ganhos eleitorais.

Pretende-se debates mais enérgicos e mais confronto, para que tudo não fique na mesma. Manuel Alegre não teve a arte para desmontar o efeito das políticas de Cavaco Silva no País. Provavelmente, também não era esse o seu o seu objectivo nos jogo táctico de cálculos eleitorais em que é pródigo e que não dignifica uma esquerda combativa.

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