quinta-feira, agosto 24

PT Portugal para contrapor à OPA

PT Portugal é o nome da empresa que irá resultar da "fusão" entre a PT Comunicações e a TMN, se a OPA sobre a PT não se concretizar, segundo o Jornal de Negócios de hoje. (sem link)

A PT depois de anunciar a separação da PT Multimédia do grupo PT, pretende agora, agregar as duas empresas numa única, a PT Portugal, e aproveitar as sinergias tecnológicas, nomeadamente, fazendo a "convergência", entre as comunicações fixas e as móveis.

Isso significará que um telemóvel poderá funcionar, como sendo um telefone da rede fixa, quando em casa ou no escritório e inversamente, o telefone fixo (um telefone portátil) poderá funcionar na rua, limitado, a um espaço geográfico de cobertura, ainda não defenido. Estão neste momento a decorrer já testes em dois pontos do país.

A fusão das duas empresas, até agora, com administrações distintas e autónomas, passará a ter uma administração, uma liderança e uma estratégia única e com uma dimensão de quase "10 milhões de clientes e mais de nove mil trabalhadores" o que lhe permitirá ultrapassar constrangimentos legais, da sua oferta e do seu portfólio comercial e tecnológico.

Para além da convergência fixo-móvel a a nova empresa pretende implementar a curto prazo a oferta do "Triple-play", ou seja a possibilidade de combinar, Voz, Internet e Televisão, na mesma infra-estrutura de suporte físico. Todo este sistema acredita-se, para além de melhorar as ofertas comerciais, poderá fazer baixar os preços ao consumidor, por força da utilização de um único meio de transporte dessas comunicações, em banda larga.

Com esta medida, a PT, continuará a competir em todos os segmentos do negócio das telecomunicações, embora com menor dimensão, em escala e em recursos, com a perda da PT Multimédia, mas, simultaneamente, resolve um problema, de "excesso" de monopólio de que era acusado, com alguma razão, por diversos segmentos da sociedade, permitindo uma melhor e mais eficaz concorrência, entre os diferentes operadores de telecomunicações e irá melhorar e aumentar, certamente, as ofertas de conteúdos, resultante das convergências tecnológicas e dos condicionamentos “impostos” pela Anacom.

É também uma resposta à OPA da Sonaecom, sobre a PT. A partir destes novos dados, cada vez se justifica menos, uma OPA sobre a PT, após o cumprimento das "exigências" da separação da rede de cobre e cabo e de permitir uma maior concorrência que definitivamente a OPA não está em condições de oferecer.

Esta solução, parece-me razoável, embora não disponha de todos os elementos que me permitam fazer uma avaliaão categórica. Mas como tenho vindo a defender, a melhor solução, em minha opinião, seria a de o Estado "nacionalizar" toda a infra-estrutura física, e "alugar" aos operadores de telecomunicações em condições de igualdade. Naturalmente, esta opção, teria de assegurar os direitos sociais dos trabalhadores da PT, "transferíveis", a todos os níveis.

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