Hoje era para escrever sobre as portas que a UGT já está a abrir à destruição da segurança social pública. A UGT faz lembrar a história do escorpião e da rã. Está-lhe na “massa do sangue”…
Mas a leitura dos jornais empurrou-me para a reportagem da “Única”, a revista do “Expresso” com bons textos e boas fotos sobre trabalho infantil.
Vou ser parco sobre esses trabalhos – eles falam por si e quase nada acrescentarei. Eles valem pela recolocação do problema na agenda política. Eles mostram como entre o brilhos das montras, o sorriso dos anúncios publicitários, o fetiche da mercadoria, está um mundo cruel de exploração do trabalho que não poupa as próprias crianças.
O fetiche da mercadoria é poderoso. Esta essência do capitalismo exala “perfumes” de desejo e posse – sinónimos de estatuto social, glorifica empresários de sucesso e fotos mil em revistas cor-de-rosa – gente bonita como se costuma dizer.
Quando desmontamos esse fetiche descobrimos mundos onde “os meninos têm menos sorte do que os pintainhos”. Mas também descobrimos meninos como Robin. “Tantos eram os seus porquê que as irmãs chamavam-no menino porquê”. Esse menino que “quer ser missionário, correr mundo a defender os direitos dos pobres” dá-nos uma ajuda na nossa tarefa. Perceber porquê.
Talvez a sua escolha não recaia na opção missionária se o desafio da dialéctica e do materialismo lhe levar outros respostas de valor real, mais fortes do que a fé.
Mas é bom retomar a interrogação.
Porquê? Porquê? Porquê?
Victor Franco
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