segunda-feira, agosto 7

Postal

Este fim da tarde-noite não está a correr muito bem um pouco à semelhanças das duas últimas noites.

Nestas duas noites, praticamente, não dormi. A Meadela esteve em festa, este fim-de-semana com a sua romaria. A minha casa está no coração do local das festas. A música pimba horrorosa, a voz deslavada do locutor, os altifalantes rafeiros, o barulho estridente das pessoas e por fim, o desmontar dos materiais durante a madrugada, para além de me provocar uma enorme irritação, não permitiram um sono descansado.

O dia até correu bem, mais ou menos o ritual do costume. O ginásio de manhã, o café e a biblioteca da praia, à tarde. Faltou a praia. Estava cheiinha e não gosto de muitas confusões. Resisti à tentação de apreciar uns belos bronzeados de umas belas meninas.

Esta noite pensava colocar um post sobre a imbecilidade do Conselho Europeu ou de um seu comissário, vai dar ao mesmo, de ter dado razão a uma empresa irlandesa, se não estou em erro, de recusar-se a contratar empregados que se afirmassem fumadores.

Nem sei como classificar esta cretinice. Já não basta as discriminações que se conhecem, com base no sexo, na orientação sexual, religiosas e outras, só falhava esta, de uns perfeitos idiotas, discriminarem com base no facto das pessoas fumarem. Não lhes basta dizerem que não podiam fumar nas instalações, querem também interferir na vida pessoal. Talvez prefiram que as pessoas mintam. Ninguém as iria impedir de fumar fora do emprego. Já tinha o texto quase feito e pimba a luz foi abaixo e perdi tudo. Não me apeteceu voltar a escrever sobre o mesmo tema.

A electricidade veio uns largos minutos depois. Escolhi falar sobre o pensamento. É, sobre o pensamento… sobre os meu pensamentos. Os pensamentos que a todo o momento fervilhar turbilhões de ideias, de coisas, em simultâneo e que, regra geral, me inquietam. Estava a escrevê-lo em forma poética. Dá-me para isto às vezes. Azar meu e sorte dos leitores. A electricidade falhou novamente e uma vez mais tudo se perdeu.

Voltou agora a luz outra vez. E aqui fica um post inútil. Como muitos outros.
Um crente, diria que talvez seja um chamamento a pôr-me à prova. Se assim foi, prova superada.
Sinto forte, neste momento, a poesia de Alfredo Reguengo:

É em vão que bradais para que a minha voz se cale!
Em mim
o pensamento
é voz e é semente!

Hei-de falar, porque penso e vivo
e hei-de pensar
constantemente

(…)

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