Estou agora no carro, sentado no banco, todo recuado, do condutor, o portátil à frente, aberto, pousado em cima dos joelhos e aqui estou a escrever, para dizer não sei o quê, mas vamos já lá, a barriga um pouco em cima do aparelho, porque o banco, onde me sento, já não recua mais e o volante também não se pode desviar, situação absurda que ilustra bem, duas coisas; uma barriga perceptível e preguiça, não disfarçadas com uma retirada estratégica para o banco ao lado, o chamado, lugar do morto.
Vinha eu a dar uma caminhada, pelo molho da praia norte, – em Viana do Castelo, a terra onde vivo há quase 50 anos, – coisa que cada vez menos faço, porque tenho um joelho que já não se usa e que não aguenta estas cavalgadas, salvo seja, apesar de operado e de quantidade enorme de injecções, infiltrações, fisioterapias, eu sei lá, (e que falta ele me faz para as minhas pescarias, exactamente, neste molho – não sei porque chamam molho a este coisa que entra pelas águas adentro, separando o mar do rio, para conter a entrada das ondas gigantes do mar e permitir uma atracagem, segura e suave dos pescadores, quando regressam da sua faina. Que palavra bonita esta!.. faina. Mais uma palavra que vou juntar à colecção de palavras bonitas, - curioso isto, porque só agora pensei nisto de coleccionar palavras bonitas. É o que dá estar aqui a escrever sem ter propriamente um motivo, um assunto concreto para dizer. Mas dizia eu… o que é que eu dizia?!.. Ah pois, já sei, tudo isto vem a propósito de, propósito…outra palavra que gosto. Ah é verdade, ao bocado, esqueci-me de dizer que uma das palavras que mais gosto é a palavra tanto. Tanto é uma palavra muito bonita, experimentem usá-la. Eu gosto TANTO de ti, por exemplo. É a minha palavra favorita.
Bem, então vinha eu a dar essa caminhada e esta minha cabeça, como sempre, sem um pequeno descanso. São turbilhões de pensamentos a fervilhar ao mesmo tempo. Fico desorientado. Não me consigo concentrar numa ideia só. Estou a pensar numa coisa e de repente salto para outra, um bocado como está a acontecer agora, ao escrever isto. Eu tinha uma ideia do que pretendia dizer, mas os acontecimentos dão-se tão depressa, temos tanto (aí está a palavra, digam lá se não é bonita), para dizer, tanta coisa para deitar cá para fora, que quando damos por ela, já estamos noutra. Ou porque nos faltam as palavras que melhor exprimam o que queremos dizer, ou nos falta o talento e achamos que há outros que dizem melhor e com poucas palavras o que nós pensamos, ou porque é melhor nem pensar bem no assunto, porque só nos vai trazer mais inquietação. Há tantos motivos, meu deus! Meu deus? Mas eu sou agnóstico porque recorri a ele! Tenho de me explicar melhor.
Ó porra! Daqui a pouco eu vou terminar isto sem, ainda, ter dito nada e o mais provável, é mesmo, não dizer mais do que (nada) disse e ir parar aqui ao lado, à reciclagem, porque neste momento, são dezoito horas e dez minutos (como o tempo anda…) e daqui a meia hora, tenho de ir buscar a minha rapariga à ginástica.
A propósito (outra vez, se calhar não gosto tanto desta palavra, como pensei, o que me falta mesmo, é um vocabulário mais rico e então agarro-me a algumas palavras), porque é que as mulheres, apesar do seu trabalho profissional, dos filhos, dos maridos ou namorados para acarinhar, sim para acarinhar!.. da casa para tratar, da comida para fazer, da casa para arrumar, limpar, passar as roupas, ainda têm força e coragem para arranjar um tempo para si… para dar aos outros? São fantásticas estas mulheres!
Bem, tenho de acabar mesmo, hoje já não escrevo mais, já se passaram mais de dez minutos, falta-me tempo! Mas, antes disso, esta do tempo que passa depressa, fez-me lembrar um pensamento meu (também tenho paternidade em pensamentos) que gosto muito e que vou partilhar, convosco e que é o seguinte: Os Dias passam depressa, os anos passam depressa, porque é que o fim do mês demora tanto tempo a passar?
Agora é mesmo, talvez amanhã, continue, se me apetecer e não aparecer outra coisa que tenha de ser.
Vinha eu a dar uma caminhada, pelo molho da praia norte, – em Viana do Castelo, a terra onde vivo há quase 50 anos, – coisa que cada vez menos faço, porque tenho um joelho que já não se usa e que não aguenta estas cavalgadas, salvo seja, apesar de operado e de quantidade enorme de injecções, infiltrações, fisioterapias, eu sei lá, (e que falta ele me faz para as minhas pescarias, exactamente, neste molho – não sei porque chamam molho a este coisa que entra pelas águas adentro, separando o mar do rio, para conter a entrada das ondas gigantes do mar e permitir uma atracagem, segura e suave dos pescadores, quando regressam da sua faina. Que palavra bonita esta!.. faina. Mais uma palavra que vou juntar à colecção de palavras bonitas, - curioso isto, porque só agora pensei nisto de coleccionar palavras bonitas. É o que dá estar aqui a escrever sem ter propriamente um motivo, um assunto concreto para dizer. Mas dizia eu… o que é que eu dizia?!.. Ah pois, já sei, tudo isto vem a propósito de, propósito…outra palavra que gosto. Ah é verdade, ao bocado, esqueci-me de dizer que uma das palavras que mais gosto é a palavra tanto. Tanto é uma palavra muito bonita, experimentem usá-la. Eu gosto TANTO de ti, por exemplo. É a minha palavra favorita.
Bem, então vinha eu a dar essa caminhada e esta minha cabeça, como sempre, sem um pequeno descanso. São turbilhões de pensamentos a fervilhar ao mesmo tempo. Fico desorientado. Não me consigo concentrar numa ideia só. Estou a pensar numa coisa e de repente salto para outra, um bocado como está a acontecer agora, ao escrever isto. Eu tinha uma ideia do que pretendia dizer, mas os acontecimentos dão-se tão depressa, temos tanto (aí está a palavra, digam lá se não é bonita), para dizer, tanta coisa para deitar cá para fora, que quando damos por ela, já estamos noutra. Ou porque nos faltam as palavras que melhor exprimam o que queremos dizer, ou nos falta o talento e achamos que há outros que dizem melhor e com poucas palavras o que nós pensamos, ou porque é melhor nem pensar bem no assunto, porque só nos vai trazer mais inquietação. Há tantos motivos, meu deus! Meu deus? Mas eu sou agnóstico porque recorri a ele! Tenho de me explicar melhor.
Ó porra! Daqui a pouco eu vou terminar isto sem, ainda, ter dito nada e o mais provável, é mesmo, não dizer mais do que (nada) disse e ir parar aqui ao lado, à reciclagem, porque neste momento, são dezoito horas e dez minutos (como o tempo anda…) e daqui a meia hora, tenho de ir buscar a minha rapariga à ginástica.
A propósito (outra vez, se calhar não gosto tanto desta palavra, como pensei, o que me falta mesmo, é um vocabulário mais rico e então agarro-me a algumas palavras), porque é que as mulheres, apesar do seu trabalho profissional, dos filhos, dos maridos ou namorados para acarinhar, sim para acarinhar!.. da casa para tratar, da comida para fazer, da casa para arrumar, limpar, passar as roupas, ainda têm força e coragem para arranjar um tempo para si… para dar aos outros? São fantásticas estas mulheres!
Bem, tenho de acabar mesmo, hoje já não escrevo mais, já se passaram mais de dez minutos, falta-me tempo! Mas, antes disso, esta do tempo que passa depressa, fez-me lembrar um pensamento meu (também tenho paternidade em pensamentos) que gosto muito e que vou partilhar, convosco e que é o seguinte: Os Dias passam depressa, os anos passam depressa, porque é que o fim do mês demora tanto tempo a passar?
Agora é mesmo, talvez amanhã, continue, se me apetecer e não aparecer outra coisa que tenha de ser.
Continua...
1 comentário:
tanto é tanto bonito a contento de quem a ouve!
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